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FIM DA LINHA

Previsível, No Limite foi mais difícil de engolir do que olho de cabra

REPRODUÇÃO/TV GLOBO

O apresentador Fernando Fernandes em No Limite

Fernando Fernandes em No Limite; reality show chega desgastado ao fim de sua sexta temporada

DANIEL FARAD

vilela@noticiasdatv.com

Publicado em 8/7/2022 - 0h12

A sexta temporada de No Limite entregou exatamente o que prometeu até o último episódio nesta quinta (7) e, talvez, esse foi o maior problema do reality show. O programa foi bastante previsível em sua proposta de voltar às raízes após uma temporada em que distribuiu mordomias demais aos ex-BBBs --e o resultado foi novamente tão difícil de engolir quanto um olho de cabra.

Fernando Fernandes até deu um gás a mais à disputa ao assumir o posto de apresentador no lugar de André Marques. Ele foi importante para dar um tom de emoção em provas grandes e confusas que, em parte, até lembravam as do Big Brother Brasil.

Ele, porém, foi responsável por engessar ainda mais o formato brasileiro, que traz do Survivor o gosto pelas reviravoltas. Um dos principais erros foi desmascarar Leonardo Correia por uma jogada de mestre em um dos portais de eliminação. O participante inventou um ídolo da imunidade .

Ele, ao contrário, foi eliminado pelos concorrentes justamente pela mentira ter vindo à tona pela boca de Fernandes. A jogada teria passado tranquilamente pelo Survivor, formato que deu origem à versão brasileira, e que privilegia o jogo acima das regras --ao menos as que podem ser quebradas sem prejuízos.

O programa norte-americano daria a oportunidade dos próprios participantes votarem se o tal ídolo era verdadeiro ou falso. Ou seja, mais uma camada de emoção à atração.

Ipojucan Ícaro também teve a oportunidade de colocar um pouco mais de pimenta em outro portal, já que tinha duas imunidades ao seu dispor. Fernandes, mais uma vez, negou mesmo que a jogada não fosse atrapalhar a votação.

O próprio público já tinha dado sinais de que não estava interessado em ver uma ordem quase militar no reality. Matheus Pires fez sucesso como um "agente do caos" ao criar um personagem completamente comprometido com o jogo, ficando mais livre para agir sem medo de arranhar a imagem.

Não à toa, muitos telespectadores abandonaram o No Limite assim que o pedagogo foi eliminado. A Globo poderia até ter inventado uma "ilha da redenção", a exemplo do Survivor, para salvar o favorito do público. O reality, porém, já estava praticamente todo gravado.


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