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BRIGA NO CADE

TVs pagas alegam monopólio e declaram guerra à fusão de WarnerMedia e Discovery

DIVULGAÇÃO/DISCOVERY

Integrantes do Irmãos à Obra quebram a casa de uma participante. Eles estão dentro do buraco e a moça, toda de preto, tem uma marreta na mão.

Irmãos à Obra, atração produzida pelo Discovery: fusão com WarnerMedia entra em discussão no Cade

GABRIEL VAQUER, colunista

vaquer@noticiasdatv.com

Publicado em 8/10/2021 - 7h02

A associação Neo TV, que representa mais de 180 empresas de TV por assinatura independentes do país e que concentra 2% do mercado no país, alegou ao Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica) que a fusão entre WarnerMedia e Discovery é perigosa ao mercado e pode configurar monopólio no setor.

A Neo foi o primeiro órgão, e até agora o único, a se manifestar sobre a negociação no Brasil. Entre os argumentos usados, estão o fato de WarnerMedia e Discovery terem 31,7% do mercado de canais da TV paga no momento. Se levados em conta apenas os canais infantis, a participação dispara: chega a 52,4%, a maior entre os grandes players. É um índice muito acima, por exemplo, do que Disney e Fox detinham no Brasil na época que o Cade analisava o caso.

O Notícias da TV teve acesso ao documento em que a Neo TV reclama da fusão. Com 13 páginas, a associação ri do argumento das gigantes de que a concorrência pesada com serviços de streaming e multinacionais como Google e Netflix impedirá o negócio de impactar o mercado de mídia do Brasil.

"A realidade é bastante distinta do apresentado pelas requerentes. É nítido que não terão nenhum concorrente com nível de audiência semelhante no mercado de canais infantis. De fato, elas deterão, sozinhas, mais de 50% de toda a audiência destinada a este mercado, enquanto seu rival mais próximo, a ViacomCBS, deterá participação apenas levemente superior a 20%, e Globo e Disney deterão canais com participações de mercado ainda inferiores", afirma a Neo.

A associação alega ainda que a fala das gigantes de que irão apostar mais nos streamings em detrimento à TV por assinatura no Brasil não é verdadeira. Ela defende que as plataformas digitais e a TV paga vão viver em conjunto e alega que ainda existe relevância no serviço, que conta com mais de 16 milhões de assinantes --o número subiu após o critério para a contagem de clientes mudar na Anatel (Agência Nacional de Telecomunicações).

"É verdade que as plataformas de streaming conquistaram muitos clientes nos últimos anos, mas também é nítido que parcela relevante dos consumidores considera os serviços OTT como complementares à TV por assinatura", sinaliza a Neo.

Por fim, a associação pede que o Cade tenha rigor com a fusão entre as empresas. "A operação aumentará significativamente a concentração do mercado de canais infantis, gerando risco de exercício de poder de mercado unilateral e um monopólio perigoso", conclui a associação, que promete defender em 15 dias a sua tese com documentos que serão enviados ao Cade.

A fusão WarnerMedia e Discovery

Sob o nome Warner Bros. Discovery, a fusão das duas empresas tem como foco o investimento na área de streaming. Essa oferta vai pegar produtos da WarnerMedia, como as franquias Harry Potter e filmes da DC, além do canal de notícias CNN e programação esportiva, e combiná-los com os canais como HGTV e TLC. O negócio foi fechado no valor de US$ 43 bilhões (R$ 131 bilhões).

Com a fusão, a Warner Bros. Discovery ficará responsável por canais da TV por assinatura como HBO, CNN, Cartoon Network, Food Network, TNT, TBS, TCM, TLC, Animal Planet, Investigação Discovery, e claro, a própria Warner. O objetivo é fazer frente aos concorrentes Netflix e Prime Video, principalmente. 

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