QUEDA LIVRE
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Clientes têm cancelado suas assinaturas de TV paga: só em 2019, foram 1.728.196 clientes a menos
Em uma das piores crises de sua história no Brasil, a TV paga fechou 2019 com o tamanho que tinha em 2012. Só que o movimento é no sentido contrário: enquanto há sete anos o mercado estava em crescimento acelerado, agora o ritmo é de queda livre. Sem poder vencer a concorrência com o streaming, as operadoras decidiram se unir ao inimigo.
Segundo dados da Anatel (Agência Nacional de Telecomunicações) divulgados nesta semana, a TV por assinatura fechou o último mês de dezembro com 15.786.280 clientes no país. É o pior índice do mercado desde outubro de 2012, quando contabilizou 15.700.558 assinantes.
Não bastasse o retrocesso, também chama a atenção a fuga acelerada de contratantes: em apenas um ano, a TV paga perdeu 1.728.196 contratos. Isso equivale a 4.734 clientes por dia, ou impressionantes 197 por hora. O número é preocupante --em 2012, o mercado ganhava 394 assinantes por hora.
Se continuar nesse andamento, a TV paga no Brasil não sobrevive até o fim da próxima década: em nove anos, o número de assinantes chegaria a zero.
Boa parte desses clientes estão migrando para o streaming, como Netflix, Prime Video e Globoplay, e muitos já estão de olho no Disney+, que chega ao Brasil em novembro. A popularização desses serviços mudou a mentalidade de quem paga para ter acesso a conteúdo diferenciado, e o panorama de quem o vende.
Para valer a máxima "se não pode vencer o inimigo, junte-se a ele", operadoras estão fazendo pacotes que incluem plataformas de streaming. A Claro, por exemplo, anunciou nesta semana que concederá descontos a clientes que comprarem combos de telefonia móvel e banda larga com a assinatura premium da Netflix.
A operadora, apesar de líder do segmento no Brasil, já está muito atrás da gigante do streaming: segundo o colunista Ricardo Feltrin, do UOL, a Netflix havia passado de 10 milhões de assinantes no país em julho do ano passado. A Claro fechou 2019 com 7,7 milhões --834 mil a menos do que registrava em 2018. Já Sky, Oi e Vivo, juntas, somam 7,5 milhões de contratos após perderem 920 mil clientes no ano.
Estado com maior população do país, São Paulo também lidera no número de assinantes da TV paga: em dezembro de 2019, segundo a Anatel, 5.827.645 contratos eram paulistas. Em comparação com 12 meses antes, a queda foi de 10,1%, bem próximo da média nacional (9,9%).
Rondônia foi o Estado com maior índice percentual de cancelamentos: 22,1%. Agora, apenas 45.136 clientes mantêm contrato com as operadoras por lá. O Ceará e o Rio Grande do Norte, por outro lado, contrariaram o movimento geral e apresentaram crescimento discreto no número de assinantes (3,6% e 0,8%, respectivamente).
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