QUADRINHOS
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Ben Daniels e Josh Duhamel em O Legado de Júpiter; adaptação de HQ está no Top 10 da Netflix
Por conta da grande demanda por produções de super-heróis, as adaptações de quadrinhos para filmes e séries só aumentam. O Legado de Júpiter, baseado na HQ de Mark Millar, figura no top 10 mundial da Netflix desde o lançamento. É um mercado que movimenta bilhões de dólares. Então, por que o Brasil ainda não entrou nessa tendência mundial?
O quadrinista, ilustrador e professor Marcel Bartholo aponta a razão principal: a cultura. "No Japão e na Coreia, o quadrinho já está estabelecido como um produto do dia a dia. Tem quadrinho para tudo, tem mangá para todo mundo", sinaliza.
Ele explica que o mercado norte-americano está em um nicho, com os geeks e as lojas de quadrinhos, mais comuns nos Estados Unidos. Já os europeus têm um perfil diferente: as HQs são vendidas em livrarias e atingem públicos de todas as idades.
Bartholo ilustra as diferenças de como tudo isso funciona no Brasil: "A gente tem uma produção muito vasta, muito diversa, mas que precisa chegar mais ao público. Para a gente entender aqui que o quadrinho não se resume a histórias infantis ou de super-herói".
Ele também indica outro empecilho para os brasileiros mergulharem no mercado que gerou mais de US$ 5 bilhões (R$ 26 bilhões) para a Marvel em 2019: "O cinema no Brasil propriamente dito, já é complicado. E a gente está numa fase mais complicada ainda por causa de grana".
Por isso, o professor acredita que a solução está nas plataformas de streaming. Bartholo aponta que uma série como Cidade Invisível pode abrir portas para mais produções brasileiras, inclusive as adaptações de quadrinhos. A atração da Netflix ficou na lista de top 10 de mais vistos da plataforma em mais de 40 países.
Estrelada por Marco Pigossi, ela foi renovada para a segunda temporada. E mostrou, assim, o potencial de produções nacionais nos serviços de streaming com uma pegada digna de quadrinhos.
Veja o vídeo de anúncio da nova leva de episódios de Cidade Invisível:
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