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COLUNA DE MÍDIA

Gastos com futebol explodem, e Globo tem prejuízo de R$ 114 milhões no 1º semestre

REPRODUÇÃO/TV GLOBO

Diretor de televisão de frente para monitores em mesa de corte de imagens durante transmissão de futebol

Profissional da Globo em mesa de corte de imagens de transmissão de futebol; emissora teve prejuízo

GUILHERME RAVACHE

ravache@proton.me

Publicado em 28/9/2021 - 6h50

A Globo divulgou ao mercado um documento com seus resultados financeiros no primeiro semestre de 2021. Apesar do aumento de 17% nas receitas com publicidade, chama a atenção o crescimento significativo das despesas, que resultou em uma queda de R$ 814 milhões no lucro operacional, ou 133% a menos do que nos primeiros seis meses de 2020. Com isso, a emissora fechou o semestre com um prejuízo de R$ 114 milhões. Os vilões desse resultado foram a retomada das gravações e os desembolsos com direitos esportivos.

No ano passado, sem gravações e com demissões, a Globo teve lucro operacional de R$ 560 milhões no segundo trimestre, quando a pandemia acelerava no Brasil. 

No primeiro semestre de 2021, a receita líquida da emissora chegou a R$ 6,451 bilhões. Somente no segundo trimestre, ela foi R$ 999 milhões maior do que no mesmo período do ano passado, fortemente afetado pela pandemia. 

Quase a totalidade desse aumento de receita (ou R$ 828 milhões) veio de eventos esportivos e atrações regulares. "Programas como Big Brother Brasil, telenovelas, esportes ao vivo e reality shows resultaram em importante recuperação das receitas de merchandising e publicidade nos canais digitais, free to air e por assinatura", afirma a direção da Globo no documento. 

Houve ainda aumento de R$ 113 milhões na receita com conteúdo/programação, explicado principalmente pela base de assinantes da Globoplay, que cresceu 68%. Na linha de outras receitas, houve um aumento de R$ 58 milhões principalmente em função de maiores serviços de merchandising e assinaturas do Cartola.

Crescimento de publicidade não impede prejuízo

Mas o crescimento do faturamento não foi suficiente para evitar resultados operacionais negativos. Os custos e despesas aumentaram 69%, resultando em uma redução do Ebitda ajustado (sigla em inglês para ganhos antes de juros, tributos, depreciação e amortização) de 66% em relação ao segundo trimestre de 2020. 

No primeiro semestre de 2021, o lucro operacional da empresa foi de R$ 201 milhões negativos. Em 2020, o resultado do Ebitda ajustado foi de R$ 613 milhões positivos. Ou seja, a empresa saiu de um lucro operacional de R$ 613 milhões para um prejuízo operacional de R$ 201 milhões --uma queda de R$ 814 milhões. O Ebitda ajustado caiu 133% no primeiro semestre de 2021 comparado ao primeiro semestre de 2020.

Segundo a Globo, a volta de eventos esportivos e da programação normalizada explicam a piora. "Custos e despesas foram 36% superiores ao primeiro semestre de 2020, impactados pelo retorno de eventos esportivos ao vivo e pela amortização de direitos esportivos de R$ 503 milhões, devido ao grande reescalonamento de jogos que afetou todas as competições do futebol brasileiro no ano de 2021", disse a empresa.

Além da despesa com a retomada do futebol, cresceram os gastos com gravações de programas e novelas devido aos protocolos de segurança contra Covid-19.. 

Prejuízo mais que dobrado

O resultado líquido, que no primeiro semestre de 2020 tinha sido um prejuízo de R$ 51 milhões, em 2021 saltou para R$ 114 milhões negativos, uma piora de 122% nos primeiros seis meses de 2021.

No segundo trimestre deste ano, a Globo apresentou resultado líquido de R$ 257 milhões. O número é 19% abaixo dos 317 milhões do segundo trimestre de 2020.

Também houve uma ligeira queda no caixa da empresa. Em 30 de junho, a emissora tinha R$ 12,5 bilhões em contas bancárias, 3% a menos que no mesmo período de 2020.

No relatório, a Globo diz que, apesar de uma melhora com o aumento da vacinação no Brasil, novas variantes estão aparecendo e ainda é preciso cautela. "O segundo trimestre de 2021 nos mostrou alguma recuperação nas receitas, mas a pandemia ainda está em curso e acompanhará a Globo por um tempo. Novas produções voltaram a ser filmadas, mas ainda levará muito tempo para retornar ao ritmo normal", diz a direção.

Agora, o desafio da Globo é mostrar que no pós-pandemia, com a volta do futebol e das gravações, ela poderá voltar a crescer dando lucro.


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