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REVIRAVOLTA

Após estreia de licenciado no Brasil, CNBC é excluída da NBCUniversal nos EUA

REPRODUÇÃO/CNBC

O âncora Joe Kernen veste camisa social e gravata roxa em um cenário de telejornal

Joe Kernen, que comanda o matinal Squawk Box na CNBC, se disse preocupado com seu emprego

REDAÇÃO

redacao@noticiasdatv.com

Publicado em 21/11/2024 - 15h03

Depois da estreia problemática do canal Times Brasil, licenciado exclusivo da CNBC no país, a versão norte-americana da TV de jornalismo de negócios também enfrenta um momento tumultuado. O conglomerado Comcast, que controla o canal, decidiu "se livrar" de parte de seus ativos e transformá-los em uma empresa à parte, sem nenhuma relação com a NBCUniversal.

A CNBC não será a única subdivisão cortada do grupo. Quase todos os canais a cabo da Comcast também serão repassados para a nova empresa, chamada provisoriamente de SpinCo --o nome não deve ser mantido, pois já é usado por uma franquia canadense de academias de ginástica.

Além da CNBC, também farão parte da SpinCo os canais pagos E!, USA Network, MSNBC, Oxygen, Syfy e Golf Channel, além dos sites de entretenimento Rotten Tomatoes e Fandango. Juntos, eles tiveram uma receita de US$ 7 bilhões (R$ 40,7 bilhões) no último ano fiscal --um valor considerável para qualquer empresa, mas com pouco espaço para crescimento.

A Comcast vai manter no seu domínio, sob o guarda-chuva da NBCUniversal, apenas o canal a cabo Bravo (casa da bem-sucedida franquia Real Housewives), além das redes NBC e Telemundo, o streaming Peacock, os parques de diversão Universal Studios e seus estúdios de TV e cinema.

Executivos da NBCUniversal assumirão os cargos mais importantes da SpinCo. Acionistas do conglomerado de mídia também terão parte da nova empresa --que é chamada internamente de um "spin-off" da Comcast. Em comunicado, a empresa tentou valorizar a separação como algo positivo:

"Como uma companhia que opera sozinha com esses ativos incríveis, estaremos em uma posição melhor para servir nossa audiência e gerar retornos melhores para os acionistas em um ambiente de mídia dinâmico que envolve notícias, esportes e entretenimento", disse o CEO Mark Lazarus.

"Vemos uma oportunidade real de investir e construir um outro nível de negócios, e estou empolgado com a oportunidade de crescimento que essa transição vai destravar. Nossa força financeira também nos capacita para ter uma política de retorno de capital atraente ao mesmo tempo que permite investimento nos negócios", apontou o executivo.

Nos bastidores, porém, a separação dos canais a cabo é vista como uma mudança preocupante para o futuro da nova empresa. Em um momento em que cada vez mais norte-americanos cortam sua TV por assinatura para contratar serviços de streaming, o mercado da SpinCo é visto como decadente --e nem de longe se assemelha ao terreno promissor de 2011, quando a Comcast comprou a NBCUniversal.

Ao vivo na CNBC, o âncora Joe Kernen deixou claro sua preocupação com o futuro do seu emprego. "Estamos sendo arremessados em um mundo frio e cruel", disse ele no programa Squawk Box.

David Faber usou uma metáfora para descrever a situação: "Estávamos em um bote salva-vidas que está afundando. Agora, vamos poder nadar por conta própria, então só depende de nós". "Talvez possamos usar os cadáveres de quem já se afogou para nos mantermos na superfície", ironizou Kernen.

A divisão dos canais em duas empresas provoca incertezas sobre como a operação será daqui para a frente: o conteúdo das TVs que comporão a SpinCo é disponibilizado no Peacock, e jornalistas da divisão de notícias da NBC fazem aparições frequentes na MSNBC e na CNBC --e vice-versa. Isso será dificultado com o spin-off empresarial.

Também parece pouco provável que os canais da SpinCo possam continuar usando o pavão colorido que é símbolo da NBC --e que foi "importado" pelo Times Brasil por aqui. É possível até que a MSNBC precise mudar de nome para tirar "NBC" do título.


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