COLUNA DE MÍDIA
REPRODUÇÃO/TV GLOBO
Profissional da Globo em mesa de corte de imagens de transmissão de futebol; emissora teve prejuízo
A Globo divulgou ao mercado um documento com seus resultados financeiros no primeiro semestre de 2021. Apesar do aumento de 17% nas receitas com publicidade, chama a atenção o crescimento significativo das despesas, que resultou em uma queda de R$ 814 milhões no lucro operacional, ou 133% a menos do que nos primeiros seis meses de 2020. Com isso, a emissora fechou o semestre com um prejuízo de R$ 114 milhões. Os vilões desse resultado foram a retomada das gravações e os desembolsos com direitos esportivos.
No ano passado, sem gravações e com demissões, a Globo teve lucro operacional de R$ 560 milhões no segundo trimestre, quando a pandemia acelerava no Brasil.
No primeiro semestre de 2021, a receita líquida da emissora chegou a R$ 6,451 bilhões. Somente no segundo trimestre, ela foi R$ 999 milhões maior do que no mesmo período do ano passado, fortemente afetado pela pandemia.
Quase a totalidade desse aumento de receita (ou R$ 828 milhões) veio de eventos esportivos e atrações regulares. "Programas como Big Brother Brasil, telenovelas, esportes ao vivo e reality shows resultaram em importante recuperação das receitas de merchandising e publicidade nos canais digitais, free to air e por assinatura", afirma a direção da Globo no documento.
Houve ainda aumento de R$ 113 milhões na receita com conteúdo/programação, explicado principalmente pela base de assinantes da Globoplay, que cresceu 68%. Na linha de outras receitas, houve um aumento de R$ 58 milhões principalmente em função de maiores serviços de merchandising e assinaturas do Cartola.
Mas o crescimento do faturamento não foi suficiente para evitar resultados operacionais negativos. Os custos e despesas aumentaram 69%, resultando em uma redução do Ebitda ajustado (sigla em inglês para ganhos antes de juros, tributos, depreciação e amortização) de 66% em relação ao segundo trimestre de 2020.
No primeiro semestre de 2021, o lucro operacional da empresa foi de R$ 201 milhões negativos. Em 2020, o resultado do Ebitda ajustado foi de R$ 613 milhões positivos. Ou seja, a empresa saiu de um lucro operacional de R$ 613 milhões para um prejuízo operacional de R$ 201 milhões --uma queda de R$ 814 milhões. O Ebitda ajustado caiu 133% no primeiro semestre de 2021 comparado ao primeiro semestre de 2020.
Segundo a Globo, a volta de eventos esportivos e da programação normalizada explicam a piora. "Custos e despesas foram 36% superiores ao primeiro semestre de 2020, impactados pelo retorno de eventos esportivos ao vivo e pela amortização de direitos esportivos de R$ 503 milhões, devido ao grande reescalonamento de jogos que afetou todas as competições do futebol brasileiro no ano de 2021", disse a empresa.
Além da despesa com a retomada do futebol, cresceram os gastos com gravações de programas e novelas devido aos protocolos de segurança contra Covid-19..
O resultado líquido, que no primeiro semestre de 2020 tinha sido um prejuízo de R$ 51 milhões, em 2021 saltou para R$ 114 milhões negativos, uma piora de 122% nos primeiros seis meses de 2021.
No segundo trimestre deste ano, a Globo apresentou resultado líquido de R$ 257 milhões. O número é 19% abaixo dos 317 milhões do segundo trimestre de 2020.
Também houve uma ligeira queda no caixa da empresa. Em 30 de junho, a emissora tinha R$ 12,5 bilhões em contas bancárias, 3% a menos que no mesmo período de 2020.
No relatório, a Globo diz que, apesar de uma melhora com o aumento da vacinação no Brasil, novas variantes estão aparecendo e ainda é preciso cautela. "O segundo trimestre de 2021 nos mostrou alguma recuperação nas receitas, mas a pandemia ainda está em curso e acompanhará a Globo por um tempo. Novas produções voltaram a ser filmadas, mas ainda levará muito tempo para retornar ao ritmo normal", diz a direção.
Agora, o desafio da Globo é mostrar que no pós-pandemia, com a volta do futebol e das gravações, ela poderá voltar a crescer dando lucro.
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