EMPREENDEDOR
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Phelipe Siani em foto de divulgação; jornalista concilia trabalho na TV com lado empreendedor
Além do trabalho na CNN Brasil, Phelipe Siani tem se dedicado cada vez mais ao lado empreendedor e também começou a dar palestras sobre comunicação para empresas. Em conversa com o Notícias da TV, o jornalista explica como usou a própria imagem e a credibilidade que adquiriu ao longo de 20 anos de carreira para abrir outras frentes de negócio.
O âncora começou sua empreitada no empreendedorismo há quase dez anos, mas só começou a explorar publicamente esse lado quando se sentiu pronto e com experiência suficiente. Ele também abriu neste ano a PH, uma holding para coordenar todos as empresas das quais é sócio.
"Começaram a aparecer muitas oportunidades. A primeira empresa que eu abri foi a Albuquerque, minha produtora de conteúdo e estratégias de comunicação. Só que isso foi lá em 2015. De lá para cá, fui amadurecendo muito esse meu lado empreendedor. Principalmente quando fui para a CNN, que eu passei a ter uma rotina mais controlada, consegui mergulhar de cabeça e investir nas empresas", conta Siani.
"Tem sido um caminho muito legal, que estou curtindo bastante, que tem me preenchido muito e que permitiu que eu pudesse me reinventar. Isso é sempre legal. Pelo menos gosto bastante de estar em movimento", completa.
O comunicador ressalta que já há algum tempo queria furar a bolha e ser mais do que "só" jornalista. "No meu diploma está escrito que eu sou formado em Comunicação Social com habilitação em Jornalismo. Antes de tudo, a gente é comunicador. Eu desde cedo entendi que o mercado estava mudando muito. O que eu fazia, de novo entre muitas aspas, 'só' como repórter era um pedacinho do que podia fazer com as habilidades que eu tinha", analisa.
Quando eu entendi isso, fiz uma virada e passei a olhar outras oportunidades. Muita gente fala: 'O mercado de comunicação está muito ruim'. Eu sempre digo: 'Defina mercado'. Para mim, o mercado são os 20 milhões de CNPJs no Brasil que estão abertos e que precisam de comunicação. Absolutamente todos.
"O mercado é quase infinito para a gente que entende de comunicação. É um ativo de que todas as empresas precisam. Mas, na verdade, a gente está acostumado a olhar só o mercado de algumas emissoras, de alguns portais. Aí, realmente, o mercado vai ficando mais reduzido", completa.
Siani abriu empresas em segmentos bastante variados nos últimos anos, indo desde a produtora de conteúdo até um estúdio de estética e personalização de carros premium, passando ainda por uma empresa de segurança emocional e uma feira de arquitetura corporativa.
"Eu montei uma equipe para me dar suporte em tudo isso, porque senão também eu fico louco. Só hoje tenho seis empresas dentro do grupo. Eu tenho que montar um organograma, tratar tudo de um jeito extremamente profissional, com uma estrutura que vai me ajudar a acompanhar a execução das estratégias que eu estou pensando aqui em cima."
O comunicador ainda destaca que tenta se envolver em negócios com que tenha alguma proximidade ou queira aprender mais sobre. Também ressalta a importância do networking: "A rede de contatos que eu criei me permite sempre estar entre grandes oportunidades, ter acesso a grandes negócios".
Eu mudei minha carreira completamente, mas nunca deixei de ser jornalista. Nos vídeos dos institucionais que eu faço, ainda coloco sempre essa força de roteiro, de texto, que é no que me especializei ao longo da minha vida.
Além disso, o âncora da CNN Brasil também começou a se aventurar como palestrante e transformou a empreitada em uma nova frente de receita.
"Eu sempre fui muito chamado para dar palestra, só que quase sempre para universidades ou para a galera de comunicação de alguma empresa. Só que, nessa virada de chave que tive, eu pensei: 'Acho que eu tenho um produto que pode ser interessante para muitas empresas'", recorda.
Ele, então, percebeu que poderia traçar o mesmo caminho que já tinha chamado a atenção quando era repórter do Jornal Nacional e deixar a comunicação corporativa menos careta. "Eu tive alguma quebra mínima de paradigma com meu trabalho, por ter um texto mais fluido, brincado, conversado. Muita gente gostava, e eu acabei conseguindo ter uma jornada legal dentro da televisão principalmente por conta disso."
Siani criou o método chamado de Comeduxão. "Eu entendo a comunicação de alta performance sempre apoiada por dois pilares: de um lado a Educação, e do outro lado a Conexão", define.
"A conexão é um elemento de você falar de um jeito bacana, ser mais empático, mais engraçado, mais nostálgico... De você se conectar com a pessoa com algum elemento que não necessariamente vai ter diretamente a ver com o assunto principal daquilo que você quer passar. Você prende a atenção da pessoa e consegue passar as informações de um jeito que não fique professoral, chato", completa.
A resposta das empresas tem surpreendido o empresário: "Está funcionando de um jeito absurdo, que eu de verdade não imaginei. Eu achei que as palestras seriam um produto legal, só que o interesse está tão grande a ponto de a gente estruturar um produto B2C, que é virado para o público final".
Agora, Siani planeja levar o projeto para salas de cinema e percorrer várias cidades do país. "Justamente para as pessoas poderem comprar ingresso, pipoca e acompanhar as palestras um pouquinho adaptadas, porque aí não é só a linguagem empresarial, mas para que a gente consiga se comunicar em alta performance com essa experiência de 20 anos que eu tenho", valoriza.
O comunicador ainda explica como faz para conciliar o lado empreendedor com o trabalho na CNN Brasil, na qual atualmente comanda o No Lucro e mantém um blog no site do canal.
"É corrido para caramba, mas eu delego muito. Quando a gente começa a empreender, entende que precisa dividir o bolo para ter um bolo cada vez maior. As coisas ficam mais organizadas e menos complexas. No começo da jornada de empreendedorismo, a gente acha que tem que fazer tudo para economizar. Quando começa a crescer, percebe que tem que fazer só aquilo que realmente só eu posso fazer."
Siani, então, prioriza o contato com o CEO da empresa, faz reunião com os sócios, foca na estratégia de comunicação, escreve roteiros e grava os vídeos em que precisa aparecer. "Tudo que posso tirar da minha mão, eu tiro e repasso para pessoas que entraram na holding. Essa estrutura é fundamental para eu conseguir fazer tudo isso sem surtar", ressalta.
Afinal, o jornalista já teve um burnout --também chamado de síndrome do esgotamento profissional-- por trabalhar demais. "Eu brinco muito com a teoria do pato. O pato anda, voa e nada, mas ele não faz nada direito", afirma.
"Eu fico na liderança dos projetos. O 'braçal', aquela coisa mais de poder cumprir os cronogramas e tal, deixo para o meu time. Vou só acompanhando de cima. Quando você faz isso com ferramenta de organização, a galera à distância consegue resolver tudo. O jogo fica muito menos complexo. Fica mais gostoso também, porque você vê tudo andando. É bem legal", arremata.
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