NEGÓCIOS DE TECNOLOGIA
REPRODUÇÃO/TV GLOBO
Bárbara Coelho em entrada ao vivo em Tóquio; Globo está sem estúdio na capital japonesa
Impossibilitada de montar a estrutura que gostaria nas Olimpíadas por conta das restrições causadas pela pandemia de Covid-19, a Globo fechou com uma empresa do Vale do Silício, a meca mundial da tecnologia, uma parceria para fazer as entradas ao vivo dos jornalistas em Tóquio. A companhia contratada pela emissora brasileira é a mesma que presta serviços para NBC Sports e ESPN, redes gigantes nos Estados Unidos.
A TVU Networks, nome da parceira da Globo, é quem fornece os aparelhos necessários para a realização dos links via internet dos repórteres nos telejornais da TV aberta e na programação do SporTV na TV paga.
O modelo dispensa a necessidade de grandes estruturas, como unidades móveis para transmissão via satélite, algo comum em partidas de futebol, por exemplo. Para que os repórteres entrem ao vivo, é necessário um mochilink, aparelho que funciona como transmissor móvel e precisa só de uma boa conexão para funcionar. Ao todo, a Globo tem 16 à disposição em Tóquio.
Nos primeiros dias de cobertura, raramente os repórteres enfrentaram problemas de delay (atraso na comunicação) ou falhas na interação ao vivo com os âncoras e narradores que estão no Brasil.
Se não houvesse Covid-19, a Globo iria para o Japão com 200 profissionais e com um estúdio especial com vista para a Baía de Tóquio, o que exigiria uma estrutura bem maior na sede das Olimpíadas. Transmissões, programas e reportagem seriam feitos de lá. Narradores como Galvão Bueno, Luiz Carlos Jr. e Luis Roberto estariam no país asiático.
Por conta da pandemia, a decisão foi reduzir a equipe presencial em 1/4. Ao todo, uma equipe de 50 pessoas foi enviada ao Japão, com apresentadores, repórteres, produtores, cinegrafistas, editores e auxiliares. A parte de transmissão ao vivo ficou a cargo da TVU Networks.
"Os maiores desafios estão por conta dos protocolos de segurança, restrições de deslocamento e quarentena. Apesar da equipe [ser] especializada em trabalhar nesses eventos de grande porte, o fato de trabalhar com regras e protocolos tão diferentes, que sofrem alterações, dificultam o planejamento e a previsibilidade das nossas atividades. Por isso, nossa equipe em Tóquio está 24 horas dando o suporte e atenção necessária à Globo", explica Eduardo Mune, diretor de vendas da TVU Networks Brasil.
Veja abaixo um post do apresentador Tiago Medeiros, que está em Tóquio. Na imagem, é possível ver a estrutura necessária para as entradas ao vivo: uma câmera e o mochilink (que está no chão, encostado no tripé):
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A TVU já tinha acordos com a emissora antes do início da pandemia, mas a união entre as duas companhias se intensificou com o aumento do trabalho remoto e a necessidade maior da internet para a realização de links.
Além da Globo, outras 18 empresas usam o serviço de transmissão da TVU em Tóquio: ESPN, NBC Sports, Nexstar Media Group, ABC TV e Airbnb nos Estados Unidos; TVN Chile e Channel 6 (Costa Rica), TV Azteca e Telavisa na América Latina; Seven Network na Austrália; SMG e CGTN na China; HiR TV e Match TV na Europa; além de JTBC, SBS Korea, Yeonhap News TV e TV Chosun na Coreia do Sul.
Em 2019, conforme o Notícias da TV antecipou, executivos da Globo foram ao Vale do Silício em busca de empresas para comprar, investir ou estabelecer parcerias exclusivas, para ser uma empresa "media tech". O Vale do Silício é a região da baía de San Francisco, na costa oeste dos Estados Unidos, que reúne milhares de empresas de alta tecnologia, desde gigantes como Google e Facebook até startups que ainda tentam se firmar no mercado.
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