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PARTE TRÊS

Rua do Medo: 1666 encerra trilogia com homofobia disfarçada de bruxaria

Divulgação/Netflix

Kiana Madeira segura uma tocha em cena do filme Rua do Medo: 1666 - Parte 3

Kiana Madeira interpreta duas personagens em Rua do Medo: 1666, filme que encerra a trilogia

ANDRÉ ZULIANI

andre@noticiasdatv.com

Publicado em 17/7/2021 - 6h15

Último capítulo da trilogia de terror da Netflix, Rua do Medo: 1666 - Parte 3 entrou no catálogo da plataforma nesta sexta (16) com a missão de encerrar o mistério envolvendo Sarah Fier (Elizabeth Scopel). Sem muitos sustos, o longa mostra que o problema da maldição de Shadyside sempre foi a homofobia disfarçada de bruxaria.

[Cuidado: spoilers de Rua do Medo: 1666 abaixo]

Para contar a história de origem de Sarah Fier, a responsável pela maldição de Shadyside, o terceiro filme retorna até 1666. Deena (Kiana Madeira), a protagonista do primeiro filme, juntou os restos mortais da bruxa e se transportou para a memória de Sarah muitos séculos atrás.

Em 1666, ela revive passo a passo os momentos finais de Sarah e percebe que a jovem nunca foi bruxa, tampouco fazia maldições e contatos com o diabo. Taxada de vilã, a garota sofreu rejeição da população após seu romance com Hannah Miller (Olivia Scott Welch), a filha do pastor de Shadyside, ser descoberto.

O responsável pela maldição --e, por consequência, todas os massacres ocorridos nos séculos seguintes-- era Nick Goode (Ashley Zukerman), o policial que todos pensavam ser bonzinho. Seu ancestral, que culpou Sarah Fier pelos encantamentos e bruxaria de 1666, fez um pacto com o diabo para a trazer sucesso a todos os homens de sua família. Em compensação, vários assassinatos dariam sangue ao coisa-ruim.

DIVULGAÇÃO/NETFLIX

Elenco dos outros filmes retorna na Parte 3

Em entrevista à revista Entertainment Weekly, a diretora Leigh Janiak explicou que a reviravolta da trilogia foi intencional para subverter o gênero de terror convencional. Para ela, a ideia sempre foi colocar um grupo de excluídos como protagonistas e derrubar um vilão que, até pouco tempo atrás, seria o protagonista.

Nós deixamos os protagonistas de nossos filmes serem aqueles personagens que se juntariam às pilhas de mortos nos filmes tradicionais. E, além disso, não estamos apenas tornando-os protagonistas. Estamos dizendo que eles estão realmente vencendo. Estes são filmes de terror, mas também são uma espécie de aventura épica e misteriosa, então poderíamos mudar um pouco as regras.

Essa "transformação" no gênero já poderia ser notada em Rua do Medo: 1978. A parte 2 tem como principal vilão Tommy (McCabe Slye), par romântico de Cindy (Emily Rudd), uma das protagonistas. Descrito como o namorado perfeito, ele se torna o serial killer da vez ao ser dominado pelo demônio --sem contar o jovem Nick Goode (Ted Sutherland) que, de herói do dia, no fundo, não tinha nada.

Em comparação aos filmes anteriores, a parte 3 se assemelha ao primeiro longa. Ambos apresentam fraquezas na hora de causar sustos, e o encerramento da trilogia se torna desinteressante quando o mistério é resolvido e a trama retorna a 1994 para o confronto final.

Se boa parte da diversão em Rua do Medo era encontrar as muitas referências a filmes de terror clássicos, 1666 faz disso um trabalho menos gratificante. Enquanto os momentos situados no século 17 resgatam elementos de A Vila (2004) e A Bruxa (2015), a sequência nos anos 1990 parece retirada de um dos episódios de Scooby-Doo! (1969-1970).

No final, a trilogia encerra uma das apostas mais ousadas da Netflix de forma positiva. Como história completa, fazer os três filmes interligados e lançados separadamente tornou a experiência mais interessante de acompanhar --mesmo que dois deles sejam de qualidade questionável.

Assista ao trailer de Rua do Medo: 1666:


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