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DANIEL PIMENTEL

Protagonista do filme com Gentili e Porchat defende que obra vilaniza pedófilo

REPRODUÇÃO/YOUTUBE

Imagem de Daniel Pimentel e Danilo Gentili como os personagens Pedro e Danilo no filme Como se Tornar o Pior Aluno da Escola

Pedro (Daniel Pimentel) e Danilo (Danilo Gentili) no filme Como se Tornar o Pior Aluno da Escola

Intérprete do protagonista Pedro em Como se Tornar o Pior Aluno da Escola (2017), Daniel Pimentel afirma que a obra vilaniza a pedofilia. Nesta quarta-feira (16), o ator de 22 anos defendeu que o filme com Danilo Gentili e Fabio Porchat pode incentivar discussões entre pais e adolescentes sobre esta temática.

"Em momento algum a gente faz apologia [à pedofilia], vilanizamos o pedófilo, ele não é o herói do filme. Até para passar uma mensagem, às vezes, um pai e um filho assistem, e o pai fala: 'Oh, agora é uma boa hora para a gente ter uma conversa', trazer esse diálogo para o adolescente", pontua Pimentel ao Notícias da TV.

O ator confessa que passou a receber elogios nas redes sociais após a repercussão do longa: "Está uma loucura! Tinha cinco anos que não via esse negócio de novo, tem um monte de mensagem. Não estou sofrendo muitos ataques. A maioria das pessoas que falam comigo sobre o filme o elogia. É um pessoal que viu por causa da polêmica".

"Desde quando decidi seguir na carreira [de ator] sabia que teria que lidar com qualquer tipo de situação. O roteiro é politicamente incorreto, tinha ciência disso desde o começo. Mas quando assumi isso para a minha carreira, estou disposto a fazer qualquer coisa e não posso nem me sentir incomodado. Estudo muito justamente para não me sentir incomodado em cena alguma", prossegue.

Bruno Munhoz, ator coprotagonista do filme ao lado de Pimentel, foi atacado nas redes sociais e rebateu os haters. "É essa que permite o filho menor de idade gravar cenas de apologia à pedofilia?", escreveu uma internauta nos comentários de uma publicação no Instagram em que Munhoz estava com sua mãe.

"O que eu preciso ouvir desses arrombados falando assim da minha mãe. Para todos que pensam assim, meus sinceros vão tomar no ponto cego do cu para vocês, entendeu", rebateu o adolescente nos Stories do Instagram.

Pimentel diz que conversou com o ator após o início das críticas do público. "Quando vimos que ia gerar uma polêmica, falei para ele [Munhoz]: 'Mantenha a calma, não se ofenda, não responda com grosseria, queira dialogar com quem discorda e faça da melhor maneira, por mais difícil que seja'. Danilo [Gentili] falou isso e acho interessante: as pessoas que estão cancelando são pessoas boas e são vítimas de quem faz esse tipo de repercussão, pulverizam uma cena curta para odiarem alguém", opina.

"É como se fosse uma cortina de fumaça realmente. O Brasil nessa loucura que está, os preços absurdos no mercado e na gasolina. Em um domingo, jogam um negócio desses para dar uma amenizada. Como ator, repudio o governo, totalmente contra a arte, não dá!", complementa.

Sobre a mudança na classificação etária do longa, que era considerado inadequado para menores de 14 anos e agora é avaliado como impróprio para menores de 18, Pimentel comenta: "Não concordo com a classificação de 18 anos, mas acho melhor que uma censura. Uma censura nos tempos de hoje é um retrocesso, não tem como!".

O ator tinha 17 anos quando filmou o longa. Atualmente, Pimentel tem 22 anos e estuda na Escola de Atores Wolf Maya para prosseguir com a carreira na atuação.

Entenda o caso

Em 13 de março, uma cena do longa baseado no livro homônimo de Danilo Gentili irritou os apoiadores do presidente Jair Bolsonaro nas redes sociais. Nas imagens, o personagem Cristiano (Fábio Porchat) tenta abusar dos adolescentes Bernardo (Bruno Munhoz) e Pedro (Daniel Pimentel), mas não consegue.

"Vamos esquecer isso tudo, deixar isso de lado? A gente esquece o que aconteceu e, em troca, vocês batem uma punheta para o tio", sugere o vilão, que coloca a mão de Bernardo em seu pênis na respectiva cena.

No Twitter, Mario Frias, secretário especial da Cultura, disse que o filme é uma "explícita apologia ao abuso sexual infantil" e uma "afronta às famílias e às nossas crianças". Anderson Torres, ministro da Justiça e Segurança Pública, afirmou que determinou "providências cabíveis para o caso" à pasta.

Na terça-feira (15), o Ministério da Justiça e Segurança Pública determinou a censura do filme nas plataformas de streaming. Caso as plataformas não cumprissem a determinação, seria cobrada uma multa diária de R$ 50 mil. O longa segue disponível na Netflix, no Globoplay e no YouTube.

Na quarta-feira (16), a pasta tomou uma nova decisão e mudou a classificação etária do filme de 14 para 18 anos.

Posicionamentos

Questionado pelo Notícias da TV, o Ministério da Justiça e Segurança Pública afirmou que a reclassificação da obra ocorreu após uma "análise técnica".

Confira o posicionamento na íntegra:

A classificação indicativa não censura obras audiovisuais e faz parte da política de proteção à criança e ao adolescente. A definição da faixa etária passa por uma análise técnica, que leva em consideração três pontos centrais: cenas ou contextos de sexo ou nudez, uso de drogas ilícitas e violência e é dever do ministério realizar a revisão ou classificação.

Já o processo administrativo instaurado leva em consideração a necessária proteção da criança e adolescente como consumidor, conforme o artigo 39 do Código de Defesa do Consumidor e está dentro das competências do Ministério.

Netflix e YouTube informaram que não se manifestarão sobre o caso, e o Globoplay afirmou que não retirará o longa da plataforma, pois entende esta determinação como censura.

Em entrevista ao programa Morning Show, da Jovem Pan, Gentili acusou os apoiadores do presidente Jair Bolsonaro de tentarem derrubar o trabalho feito por ele e seus colaboradores.

"A cena em questão é exatamente sobre uma pessoa que se apresenta como o melhor aluno da escola, que seria uma autoridade, pedindo coisas abjetas e absurdas para os alunos, que não obedecem ao cara só porque ele é uma autoridade. Então, na verdade, em momento algum o filme faz apologia à pedofilia. O filme vilaniza a pedofilia", disparou o apresentador do programa The Noite.

Em nota enviada ao jornalista Leo Dias, do Metrópoles, Porchat reforçou que a obra é uma ficção e que não faz apologia à pedofilia.


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