CRÍTICA
Divulgação/Netflix
Debby Ryan e Lucy Fry em As Passageiras; filme de vampiros está em alta na Netflix
As Passageiras (2021) estreou sem muito alarde no catálogo da Netflix, mas se tornou um dos principais destaques do fim de outubro e já é a produção mais vista da plataforma no Brasil. Com uma história que aborda a velha guerra entre vampiros e humanos, o filme chega a flertar com erotismo, mas erra a mira e se destaca pelo desperdício de potencial.
Escrita pelo estreante em longa-metragem Brent Dillon, a trama conta a história de Benny (Jorge Lendeborg Jr.), um jovem aspirante a músico que assume a identidade de seu irmão mais velho, Jay (Raúl Castillo), para trabalhar durante uma noite como motorista de duas belas garotas: Blaire (Debby Ryan) e Zoe (Lucy Fry).
A missão de Benny (ou Jay) parece fácil. Ele precisa levar as moças em várias festas diferentes durante a madrugada sem questionar nada. Mesmo com o comportamento estranho da dupla, a atração do protagonista por elas e a sua necessidade de fazer dinheiro fazem com que ele siga no trabalho.
A situação de Benny começa a desandar quando o jovem descobre que Blaire e Zoe são, na verdade, vampiras encarregadas de exterminar gangues rivais. Como desgraça pouca é bobagem, elas revelam ao protagonista que seu líder, Victor (Alfie Allen), é rival histórico de Jay e quer matá-lo.
O que não falta na cultura pop são histórias sobre vampiros de todas as formas. Em As Passageiras, a histórica guerra entre as criaturas e os humanos ganha vida em uma disputa de gangues, com os chupadores de sangue dividindo o comando de Los Angeles entre facções e impedidos de matarem um grupo de defensores do qual Jay faz parte.
DIVULGAÇÃO/NETFLIX
Jorge Lendeborg Jr. como Benny
Todos os elementos do longa já foram vistos em outras obras. Há o amor proibido entre criaturas de raças diferentes; o líder de clã que aspira um poder maior do que ele jamais teve; e o erotismo característico em várias histórias que utilizam vampiras como ferramentas de sedução.
Neste último quesito, Blaire e Zoe são posicionadas em quase toda trama do longa como belas jovens que ameaçam a todo momento um flerte amoroso com o protagonista ou entre si, seja no aspecto carnal ou romântico. Até Megan Fox é utilizada em breve participação apenas para desfilar com um decote maior do que suas falas.
Nem mesmo a base de toda a narrativa de As Passageiras tem algo novo. A trama principal parece retirada e mastigada de Colateral (2004), filme que rendeu a Jamie Foxx (Power) uma indicação ao Oscar. Nele, o astro vive um motorista de táxi encarregado de levar um misterioso homem (Tom Cruise) a vários lugares na mesma noite, apenas para descobrir que se trata de um assassino de aluguel.
O diretor Adam Randall reaproveita inúmeros elementos, mas parece não se aprofundar em nenhum deles. Apesar das boas atuações, principalmente dos vilões vividos por Lucy Fry e Alfie Allen, há uma sensação constante de potencial desperdiçado. O longa é capaz de criar interesse inicial, mas logo se perde com reviravoltas bobas e pouco convincentes.
Há diversão em As Passageiras, mas um mínimo de consistência --mesmo se tratando de uma história sobre vampiros-- seria bem-vindo. Se Benny se encontra perdido durante a sua jornada com os mortos, o mesmo se pode dizer do espectador que cambaleia até chegar ao final do filme.
Assista ao trailer legendado de As Passageiras:
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