CRÍTICA
Divulgação/Netflix
Walker Scobell e Ryan Reynolds em cena de O Projeto Adam; filme está disponível na Netflix
O Projeto Adam, novo filme da Netflix estrelado por Ryan Reynolds, é a soma de muitos elementos já vistos no cinema (e no streaming) em produções de ficção científica. O principal referência é De Volta para o Futuro (1985), que assim como o novo longa da plataforma coloca o seu protagonista para voltar ao passado e, deste modo, salvar o seu futuro.
Na trama, Adam (Ryan Reynolds) é um habilidoso piloto do ano de 2050 com um objetivo: retornar a 2018 para impedir que a viagem no tempo seja criada e salvar o futuro do caos. Sua missão dá errado quando ele é perseguido no espaço por soldados e, por acidente, acaba indo parar em 2022.
No passado, Adam acaba encontrando a sua versão de 12 anos (Walker Scobell), alguém que ele tanto se esforçou para esquecer. Naquela época, o protagonista era baixinho, porém bocudo, e o fato de provocar os valentões que lhe surravam acabava criando ainda mais problemas.
Fora as confusões na escola, o jovem Adam precisa lidar com o luto da morte do pai, Louis (Mark Ruffalo), que sofrera um acidente anos antes. A tragédia atingiu não apenas o garoto, mas também sua mãe, Ellie (Jennifer Garner), que sofre para manter a casa nos eixos, mesmo com a falta de colaboração do filho.
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Ryan Reynolds, Mark Ruffalo e Walker Scobell
Com a ajuda do jovem Adam, sua versão mais velha corre contra o tempo para arrumar a nave e cumprir sua missão. No entanto, as tropas lideradas por Maya Sorian (Catherine Keener), a "dona" da viagem no tempo, chegam ao passado para impedir que sua principal fonte de poder seja extinguida.
Enquanto ficção científica, O Projeto Adam nada apresenta de novo. Suas inúmeras referências a títulos como Star Wars e De Volta para o Futuro --e até mesmo filmes da Marvel-- provam que o diretor Shawn Levy (Free Guy) fez a lição de casa para construir este novo universo, mas o fez de maneira preguiçosa.
Tudo que envolve a trama de viagem no tempo no longa parece genérico. Adam retorna ao passado dizendo que o futuro é um caos, mas nunca explica como ou por quê. Nem mesmo as intenções de Maya, imposta pelo roteiro como uma grande vilã usurpadora dos bens da natureza, ficam claras para criar uma ligação maior entre a trama e o espectador.
O que salva O Projeto Adam de ser um fracasso --e o coloca como um bom filme pipoca para assistir com a família-- é a doçura da história dos Adams. Mesmo envolvendo viagens espaciais e lutas com sabres de luz, o longa encontra seus melhores momentos quando foca nos traumas e dores de seus protagonistas.
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Jennifer Garner e Mark Ruffalo
Um grande piloto em sua linha temporal, o Adam do futuro se tornou uma pessoa fechada e cheia de feridas sentimentais. A perda do pai afetou cada camada de seu ser, e o reencontro com sua versão mais nova ajuda ele (e o público) a enxergar suas falhas e reparar os traumas que carregou durante anos.
A química entre Reynolds e o novato Walker Scobell, que faz a sua estreia como ator no longa, é outro mérito de O Projeto Adam. O astro teen de apenas 13 anos carrega o mesmo timing cômico característico de sua contraparte em cena, e as sequências entre os dois são carregadas de humor e ternura.
No fim, O Projeto Adam nada mais é do que uma ficção científica que usufrui de seus elementos fantásticos para contar uma doce história de amor entre um pai e seu filho. Se visto como um filme para crianças, a ausência de julgamento por suas falhas o coloca como uma boa opção para ser assistido no fim de semana.
Assista ao trailer legendado de O Projeto Adam:
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