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CRÍTICA

King Richard: Vale a pena assistir ao filme que pode render o Oscar a Will Smith?

Divulgação/Warner Bros.

Will Smith em cena do filme King Richard

Will Smith é o protagonista de King Richard; filme pode render o primeiro Oscar da carreira do ator

ANDRÉ ZULIANI

andre@noticiasdatv.com

Publicado em 2/12/2021 - 6h25

Indicado a dois Oscars, Will Smith vai em busca da primeira estatueta de sua carreira com King Richard: Criando Campeãs. O filme conta a história de Serena e Venus Williams, irmãs norte-americanas que se tornaram lendas do tênis mundial. Protagonista do longa, o ator está bem cotado para aparecer entre os nomes que vão disputar o maior prêmio da indústria do cinema.

Para os fãs de esporte que esperam assistir a uma cinebiografia detalhada sobre a carreira das irmãs Williams, o filme pode decepcionar. Apesar de contar a trajetória das atletas antes da fama, o foco do longa é Richard Williams, o famoso (e infame) pai das jovens que lutou de várias maneiras para que elas conquistassem o sucesso com seus talentos.

A trama tem início nos anos 1980 e mostra as ainda crianças Serena e Venus morando com a família em Compton, cidade do condado de Los Angeles habitada pela comunidade negra e conhecida por ser o "berço" do rap norte-americano. Na época, as atletas mirins praticavam na quadra de tênis local sob o comando de seus pais.

Richard (Smith) e a mulher Oracene (Aunjanue Ellis) treinavam as meninas desde pequenas. A dupla notou que as filhas levavam jeito para o tênis e demonstravam raro potencial. No entanto, nos anos 1980 os Estados Unidos --e principalmente Compton-- sofriam com o racismo estrutural de forma ainda mais escancarada do que nos dias de hoje.

Ciente disse, o patriarca dos Williams fez de tudo e mais um pouco para que suas filhas vingassem. Como esporte, tênis sempre foi uma modalidade elitista e dominada por brancos, e as chances para que atletas negros ganhassem uma oportunidade eram muito raras.

DIVULGAÇÃO/WARNER BROSSerena, Richard e Venus

Serena, Richard e Venus

O grande mérito de King Richard, comandado pelo cineasta Reinaldo Marcus Green (Monstros e Homens), é exaltar o trabalho do pai de Serena e Venus sem passar pano para seus excessos. Apesar de ser muito presente e carinhoso com suas filhas, o patriarca exagerava na proteção e ceifava as vontades das atletas sem qualquer discussão.

A atitude firme deixou Richard marcado tanto na memória das filhas quanto na de técnicos, jogadores e profissionais da imprensa voltados para o tênis. Sua relação com Paul Cohen (Tony Goldwyn) e Rick Macci (Jon Bernthal) era de respeito, mas ele exigia que a última palavra sobre a carreira das jovens sempre fosse sua.

Will Smith já se provou bom ator em mais de uma ocasião, mas em King Richard ele volta a ganhar espaço para mostrar que é capaz de dominar suas cenas com precisão. Sua atuação é capaz de provocar comoção e raiva, tal como as atitudes do patriarca na vida real.

Na pele das lendas do tênis, Saniyya Sidney (Venus) e Demi Singleton (Serena) têm menos destaque --a segunda chega a ser escanteada em grande parte do filme. Com o foco quase todo voltado para Richard, quem tem mais espaço para roubar o espetáculo é Aunjanue Ellis. Em uma das melhores sequências do longa, a matriarca dos Williams é a única capaz de colocar o marido em seu devido lugar quando o mesmo enfrentava uma crise de ego.

No final, King Richard não reinventa a roda do gênero. Como cinebiografia, o longa tem uma narrativa genérica sustentada pela grande atuação de seu protagonista e o interesse pela origem de duas grandes atletas da história do esporte. Para a sorte de Will Smith --e, quem sabe, para o deleite da Academia--, o conjunto da obra pode resultar em uma nova chance do ator de levar um Oscar para casa.

Assista ao trailer legendado de King Richard:

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