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EMANCIPATION

Por lei considerada racista, filme de Will Smith muda locação nos EUA

Divulgação/Paramount Pictures

Will Smith fala ao celular em cena do filme Projeto Gemini (2019)

Will Smith em Projeto Gemini (2019); novo filme do ator mudou locações por problemas com lei

REDAÇÃO

redacao@noticiasdatv.com

Publicado em 12/4/2021 - 15h32

Próximo filme estrelado por Will Smith e que será exclusivo do Apple TV+, Emancipation sofreu alterações em seu planejamento e moveu as suas locações da Geórgia para a Louisiana, ambas regiões dos Estados Unidos. A mudança ocorre por conta de uma recente lei instaurada no Estado original considerada racista pelo astro e pelo diretor, Antoine Fuqua.

Assinado pelo governador republicano Brian Kemp, o texto impõe regras mais rígidas e promulga leis eleitorais mais restritivas após a polêmica eleição em que o presidente Joe Biden derrotou Donald Trump.

Entre as atualizações estão: regras mais rígidas de identificação para cédulas ausentes (indivíduos que votariam à distância); uso limitado de caixas suspensas (para enviar o voto pelo correio); maior poder aos dirigentes do conselho eleitoral estadual para sobrepor os municipais, além de tornar uma contravenção oferecer comida e água aos eleitores na fila para votar.

Os críticos da lei a apontam como uma tentativa de tornar mais difícil para cidadãos negros e outras minorias residentes da Geórgia votarem. Eles a descrevem como uma reação às alegações do ex-presidente Trump, do mesmo partido do governador Kemp, de que a eleição foi roubada.

A mudança de locação vai custar algo em torno de US$ 15 milhões (R$ 85,3 milhões) aos cofres do estúdio por conta da perda dos descontos de impostos que tornaram a Geórgia um polo muito buscado para a realização de produções.

"Neste momento, a nação está se entendendo com a sua história e tentando eliminar vestígios de racismo institucional para alcançar uma verdadeira justiça racial. Não podemos, em sã consciência, fornecer apoio econômico a um governo que promulga leis eleitorais regressivas destinadas a restringir o acesso do eleitor", diz o comunicado assinado por Will Smith e Antoine Fuqua.

"As novas leis de votação da Geórgia são uma reminiscência de impedimentos eleitorais que foram aprovados no final da Reconstrução para impedir que muitos americanos votassem. Lamentavelmente, nos sentimos compelidos a transferir nosso trabalho de produção cinematográfica de lá para outro Estado", termina o texto.

A trama de Emancipation também pesou na decisão de alterar as locações do longa --a história do filme abordará exatamente o período da escravidão nos EUA e a luta por liberdade. Segundo o site Deadline, a mudança não deve afetar outras produções estabelecidas na Geórgia. Líderes políticos e executivos da indústria, como bilionário Tyler Perry, têm pedido a produtores que não alimentem um futuro êxodo do Estado.

Em Emancipation, Smith viverá Peter, um escravo que foge de uma plantação da Louisiana depois de quase ser chicoteado até a morte. Ele enfrenta caçadores e os perigosos pântanos do Estado para conquistar a sua liberdade até o norte, onde decide se juntar ao exército da União para a lutar na guerra civil norte-americana.

O longa dirigido por Fuqua é baseado na história real de Peter, que ficou famoso ao mostrar as cicatrizes em suas costas durante um exame médico para ingressar no exército. Uma foto sua percorreu o país e o mundo, influenciando outros escravos livres a se juntarem à luta e solidificou a causa dos abolicionistas nos EUA.

"Foi a primeira imagem viral da brutalidade da escravidão que o mundo viu. O que é interessante, quando você coloca em perspectiva com os dias de hoje e as redes sociais e com o que o mundo está vendo, de novo", disse Fuqua no ano passado, ao anunciar a produção do longa com o Apple TV+.

"Você não pode consertar o passado, mas pode lembrar as pessoas sobre ele e acho que temos que fazê-lo de uma forma precisa e real. Todos nós temos que buscar um futuro melhor para todos. Esse é um dos motivos mais importantes para fazer as coisas agora, é mostrar nossa história. Temos que enfrentar nossa verdade antes de seguirmos em frente", concluiu.


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