ENTREVISTA EXCLUSIVA!
Reprodução/Universal Pictures
Bug, Hunter, Maggie e Reggie são os cães protagonistas da comédia Ruim pra Cachorro
Boca-suja e descontrolada, a comédia Ruim pra Cachorro estreou na última quinta-feira (27) nos cinemas nacionais com um diferencial: a dublagem dá um sabor mais apimentado para o filme, com xingamentos e referências pop que jamais apareceriam no roteiro original. O elenco brasileiro, formado por humoristas, admite que teve liberdade para improvisar em cima do texto, mas sempre dentro de alguns limites.
"Foi um improviso que não era 100% espontâneo. Dava para mexer no texto, no diálogo, para trazer essa naturalidade, mas também era algo pensado [antes]. A gente sentia, 'aqui cabe uma piada, aqui a gente pode mudar'. Então, ficava ali queimando neurônio mesmo, às vezes ficava dez minutos parado, pensando como poderia fazer", conta Wendel Bezerra, diretor de dublagem e voz do protagonista, Reggie, ao Notícias da TV.
"Era aquela coisa: 'Não, isso aqui cabe, isso aqui não cabe', 'pô, assim vai ficar mais legal'. Às vezes aconteceu de a gente voltar lá atrás, uma cena lá atrás, que já tinha sido feita. 'Pô, tive um insight, vamos voltar lá e tal'. Então, é um improviso, mas não algo assim, na loucura", admite o veterano, que tem no currículo personagens como Bob Esponja e Goku.
Ruim pra Cachorro conta a história de Reggie, um cachorro que é abandonado pelo dono abusivo e decide contra-atacar, arrancando o pênis do humano a mordidas. Ele se une a outros três cães, Bug (Fábio Rabin), Maggie (Bruna Louise) e Hunter (Wellington Lima) na jornada de vingança.
Enquanto Bezerra e Lima têm longa experiência como dubladores, os comediantes encararam a experiência pela primeira vez. "É um negócio meio maluco, porque você fica vendo ali a boquinha do cachorro mexer, aí ouve o áudio em inglês, tem o ponto do diretor e ao mesmo tempo a fala que você está lendo. Então, para você improvisar nessas condições, é um pouco tumultuado, mas quando você lê e vê a boquinha do cachorro, entende o que é a piada e fala: 'Não, espera aí, isso aqui no Brasil não funciona'", define Rabin.
"Então, cara, consegui improvisar bastante. O Wendel conseguiu direcionar, 'aqui cabe, aqui não cabe'. Eu me senti muito à vontade assim. E o roteiro já era muito bom e muito engraçado, mas mesmo assim o Wendel deu muita liberdade pra gente", completa Bruna, que se deliciou com a possibilidade de falar palavrões no trabalho. "A gente quis trazer o cu para o Brasil (risos)."
reprodução/youtube
Wendel Bezerra, Bruna Louise e Fábio Rabin
De olho nos fãs de stand-up, a distribuidora Universal Pictures também convocou os 4 Amigos --Dihh Lopes, Marcio Donato, Afonso Padilha e Thiago Ventura-- para dublar personagens menores, mas que arrancam boas risadas em suas aparições. Eles também receberam liberdade para adaptar as falas originais para um contexto mais nacional.
"Tinha uma hora que a frase era assim: 'Você escutou o que ele falou?'. Eu podia falar do meu jeito, aí soltei: 'Ó as ideia desse maluco'. Entendeu? Dá pra fazer o improviso em cima", explica Ventura. "O meu tinha um xingamento que era: 'Vai, ô cabeça de cone de sorvete'. Eu falei: 'Ô, Wendel, não me leve a mal, mas cabeça de cone de sorvete não é xingamento'. Aí virou uma coisa mais ofensiva, acho que 'cabeça de pica'", complementa Donato.
Ruim pra Cachorro já está em cartaz nos cinemas. Confira a entrevista com Wendel Bezerra, Bruna Louise e Fábio Rabin:
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