Super Mario Bros: Sem inventar, filme diverte até quem nunca jogou o game

Há 30 anos, a Nintendo viu a sua primeira tentativa de adaptar uma de suas principais obras do game para os cinemas fracassar de forma retumbante. Super Mario Bros. (1993), versão live-action dos icônicos personagens do jogo homônimo, foi detonada por críticos e fãs, caindo no esquecimento e tornando-se referência negativa sempre que um estúdio tentava levar um game de sucesso para as telonas.

Se o longa estrelado por Bob Hoskins (1942-2014) e John Leguizamo não agradou a ninguém, o mesmo não se aplica a Super Mario Bros. - O Filme (2023), animação da Universal Studios que mais uma vez se arrisca em levar o game homônimo da Nintendo para o cinema. Desta vez, a fórmula deu supercerto.

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Dirigida por Aaron Horvath e Michael Jelenic, a animação prova que seus diretores captaram exatamente tudo o que os fãs sempre amaram nos jogos da franquia. Mais do que ser uma história sobre uma dupla de irmãos que entrou em um reino de cogumelos gigantes para salvar uma princesa, Super Mario Bros. sempre teve uma energia positiva capaz de encantar quem opta por trilhar as aventuras ao lado (comandando, no caso) os irmãos Mario e Luigi.

DIVULGAÇÃO/UNIVERSAL PICTURES

O vilão Bowser de Super Mario Bros.

Coloridos e cheios de magia, os jogos da franquia sempre foram capazes de entreter jovens e adultos, famílias e amigos. Das corridas de kart aos (quase impossíveis) testes com obstáculos, personagens como Mario, Luigi, Donkey Kong, Bowser, Peach e Toad se tornaram sinônimos de diversão. Por isso, levar essas histórias de volta para o cinema seria uma missão para lá de difícil.

Para agradar aos fãs antigos, Horvath e Jelenic não inventaram moda. Não há grandes sequências de ação, diálogos dramáticos ou invenções para tornar o mundo de Super Mario Bros. mais sombrio e realista. A animação evoca o espírito dos jogos desde o início, seja com o humor infantil, expressões marcantes de personagens e referências que são capazes de abrir um sorriso no rosto de quem cresceu nos anos 1980 e 1990 se divertindo com os jogos da Nintendo.

Por não querer parecer mais do que realmente é, Super Mario Bros. - O Filme investe na diversão familiar para conquistar, também, quem nunca sequer pegou em um controle de videogame. A trama simples sobre dois irmãos mecânicos que viajam sem querer para outro mundo e precisam salvar reinos mágicos das garras de um grande vilão não reinventa a roda, mas sobra carisma para que até mesmo o maior dos clichês soe divertido nas mãos de Mario e companhia.

DIVULGAÇÃO/UNIVERSAL PICTURES

Peach e Mario

O êxito é tanto que ambas as versões dubladas em português e inglês são capazes de convencer o público a dar uma chance para o longa. Se a nacional faz um ótimo trabalho ao dar a energia pulsante necessária para Mario, Peach e Bowser, os principais destaques do longa, a possibilidade de ver estes personagens dublados por astros de Hollywood também é curiosa. Destaque para Jack Black, responsável por viver a versão mais divertida de Bowser entre todas as encarnações da franquia.

O longa ainda se aproveita do momento da indústria para seguir corrigindo alguns erros machistas que dominavam o jogo há 30 anos. Com isso, os fãs veem uma versão mais interessante de Peach, que deixa para trás o estigma de princesa indefesa a ser salva para entrar de cabeça na briga e socar vilões em todas as fases do filme.

Após três décadas, Super Mario Bros. - O Filme chega para honrar o nome do game e dar início a um novo capítulo da franquia da Nintendo --agora, quem sabe, nas telonas. A história de Mario e Luigi não merecia acabar com a terrível versão live-action, e a animação finalmente fez justiça a um legado bilionário que continuará a divertir jovens e adultos durante muito tempo.

Assista ao trailer de Super Mario Bros. - O Filme: