JOSH GREENBAUM
Chuck Zlotnick/Universal Pictures
O diretor Josh Greenbaum com os astros de Ruim pra Cachorro: desbocados e pervertidos
À primeira vista, a comédia Ruim pra Cachorro remete a produções fofas sobre animais, como Marley & Eu (2008) e Sempre ao Seu Lado (2009). Mas a impressão inicial se desfaz rapidamente: os cães do filme são desbocados e tarados, disparando uma metralhadora de palavrões e piadas sexuais. Não é por acaso que a motivação do protagonista, Reggie (voz de Wendel Bezerra), é se vingar dos maus-tratos do dono, Doug (Will Forte), e arrancar seu pênis com mordidas. Parece difícil de acreditar, mas o diretor da obra, Josh Greenbaum, dispensou se escorar na computação e preferiu apostar em bichos de verdade na hora de rodar as cenas.
"Eu decidi usar o máximo possível de cachorros de verdade [em vez de depender de efeitos especiais], diria que cerca de 95% do filme foi rodado com animais", resume o cineasta em conversa com o Notícias da TV. "Estudei como faria o filme e percebi que o principal era que os cães parecessem ser de verdade."
Obviamente, os efeitos especiais já evoluíram bastante, mas todo mundo convive com cachorros. Eu tive cachorros a minha vida toda! Conhecemos eles muito bem, com intimidade. Eu posso ver um elefante feito por computação e achar que parece de verdade, mas só vejo elefantes uma vez por ano, durante um minuto, quando levo meus filhos ao zoológico (risos).
Para transformar Ruim pra Cachorro em uma experiência mais crível, então, Greenbaum foi atrás de treinadores capazes de ensinar para o "elenco" tudo o que eles precisavam fazer. "Eles conseguiram tirar performances incríveis desses animais", elogia o diretor.
Mas, se 95% do filme foi feito com animais de verdade, o que seriam os 5% restantes? "Eram quando os cachorros não conseguiam fazer algo ou quando a cena era perigosa para eles. No trailer, você vê uma águia carregando um cachorro, isso não era real (risos). Nesses casos, recorríamos à computação. E, claro, tivemos que usar efeitos para que eles falassem, porque não consegui encontrar cachorros falantes", brinca.
Curiosamente, Greenbaum é um relativo novato na direção de longas de ficção, apesar de ter mais de 15 anos atrás das câmeras. Ele fez carreira em documentários antes de se aventurar nas comédias --antes de Ruim pra Cachorro, seu único filme roteirizado foi Duas Tias Loucas de Férias (2021).
A experiência em registrar a vida real nas suas lentes acabou sendo útil para o novo filme --a reportagem sugere, para a diversão do cineasta, que Ruim pra Cachorro é como um "documentário pervertido da National Geographic". "Esse deveria ser o nosso slogan", ri o diretor.
"Eu revezo documentários com filmes narrativos e acho que um complementa o outro. Quando você faz um documentário, você está tentando capturar a realidade, você aponta sua câmera para um sujeito de verdade, e o mundo real se desenvolve diante de você. Quando você roda uma ficção, você está tentando fazer o mesmo, só que precisa criar um ambiente para essa 'realidade'. Então, um complementa o outro o tempo todo, e é por isso que eu gosto de me dividir entre os dois gêneros", aponta ele.
Confira a entrevista exclusiva de Josh Greenbaum com o Notícias da TV:
Veja também o trailer (proibido para menores) de Ruim pra Cachorro:
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