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ANÁLISE

Frio e calculista: Como Robert Pattinson criou o melhor Batman do cinema

Divulgação/Warner Bros.

Robert Pattinson em cena de Batman

Robert Pattinson em cena de Batman; novo filme do herói estreia nos cinemas nesta quinta (3)

ANDRÉ ZULIANI

andre@noticiasdatv.com

Publicado em 3/3/2022 - 6h25

Um dos filmes mais aguardados de 2022, Batman estreia nesta quinta-feira (3) e traz Robert Pattinson em sua primeira experiência na pele do Homem-Morcego. Com o longa dirigido por Matt Reeves colecionando elogios de crítica e público, a nova encarnação do herói está sendo apontada como a melhor já vista no cinema.

Depois de cinco versões diferentes do personagem, interpretadas por Michael Keaton (1989 e 1991), Val Kilmer (1995), George Clooney (1997), Christian Bale (2005, 2008 e 2011) e Ben Affleck (2016, 2017, 2021 e 2022), Pattinson encarnou o herói espelhado em suas principais características nos quadrinhos: frio e calculista, Batman é considerado o maior detetive do mundo.

Tal característica acompanha o herói encapuzado em algumas de suas principais histórias nos quadrinhos e que são diretamente referenciadas no filme de Pattinson. Do Batman iniciante e falho de Batman: Ano Um (2007) e Batman: Terra Um (2018) ao detetive metódico e frio de O Longo Dia das Bruxas (1996), o novo filme do Homem-Morcego se espelha diretamente no material original visto nas HQs.

O sucesso de Batman, no entanto, não se limita apenas à fidelidade aos quadrinhos tão exigidas pelos fãs. Para criar uma (quase) história de origem do personagem, Matt Reeves buscou inspiração no cinema noir, gênero extremamente popular no cinema entre os anos 1940 e 1950 que marcou as histórias de suspense e mistério.

Este tipo de filme sempre manteve algumas características fidedignas: ambientação urbana, com tramas que envolvem crimes, assassinatos e um estilo de fotografia considerado mais sombrio do que o normal --não por acaso, alguns dos principais títulos deste estilo foram filmados em preto e branco.

DIVULGAÇÃO/WARNER BROS

O Bruce Wayne perturbado de Robert Pattinson

O Bruce Wayne perturbado de Robert Pattinson

Todas esses elementos podem ser vistos em Batman. Diferentemente dos filmes da Marvel e até alguns títulos da DC, o longa de Reeves tem os pés fincados no realismo. Mesmo parecendo absurdo um rapaz pulando de prédio em prédio vestido de morcego com capa, o longa torna crível imaginar que a versão de Pattinson, assim como seus dilemas e vilões, habitariam tranquilamente o mundo fora da ficção.

Isto porque a Gotham, cidade defendida por Bruce Wayne/Batman, é uma metrópole afundada em corrupção e conspirações que tragam cidadãos comuns, policiais, políticos e magnatas de todos os cantos. Ninguém ali está a salvo, nem mesmo a família do herói.

Fruto de um sistema corrompido em todas as partes, o Batman de Pattinson passa as quase três horas de filme sem esboçar um único sorriso. O personagem é conhecidamente um dos mais sombrios dos quadrinhos, justamente pela origem trágica que envolve a morte a sangue frio de seus pais.

Por conta disso, o novo Bruce Wayne se destaca por ser o mais perturbado e traumatizado já visto no cinema. Há momentos no longa nos quais Batman encara seus desafios com o ímpeto de quem não vê outro caminho se não o da morte. Talvez, por isso, seu maior rival --mesmo entre vilões como Charada (Paul Dano) e Pinguim (Colin Farrell)-- seja sempre ele mesmo.

No fundo, mais do que uma nova história de original --afinal, a versão de Pattinson já percorre as ruas de Gotham há dois anos--, o novo Batman é a introdução de uma lenda. Isso fica claro nos cortes rápidos (e sombrios) de suas aparições e na trilha e mixagem que destacam o barulho de suas botas.

Com duas séries derivadas a caminho, é questão de tempo para que a Warner anuncie uma continuação. Nas mãos de Matt Reeves e na interpretação icônica de Robert Pattinson, a nova encarnação do Batman se prepara para ter uma intensa e brilhante vida nos cinemas pela frente.

Assista ao trailer legendado de Batman:


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