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DA'VINE JOY RANDOLPH

Favorita ao Oscar 2024, atriz aprendeu até a fumar para encarnar cozinheira

Divulgação/Universal Pictures

Da'Vine Joy Randolph tem expressão cansada; ela segura um cigarro na mão e solta uma baforada

Mary (Da'Vine Joy Randolph) fuma bastante no filme Os Rejeitados, indicado a cinco Oscars

LUCIANO GUARALDO

luciano@noticiasdatv.com

Publicado em 24/1/2024 - 16h00

Com o Oscar dividido pelo confronto entre o sombrio Oppenheimer e o colorido Barbie, Da'Vine Joy Randolph parece ser uma das poucas certezas para a premiação que ocorre em 10 de março. A atriz de 37 anos é a favorita à estatueta de coadjuvante por seu trabalho no filme Os Rejeitados. Para o papel da cozinheira Mary, ela aprendeu até a fumar!

Em conversa com o Notícias da TV, a artista conta que foi extremamente importante entender a mente de uma fumante inveterada como Mary e até maneira como ela segura o cigarro, pois ele é parte de sua rotina. A atriz também fez um laboratório para entender como se virar em uma cozinha industrial --afinal, sua personagem é responsável por coordenar a alimentação de todos os estudantes do colégio interno onde o filme acontece.

"Você até pode fingir que fuma, mas não quando sua personagem fuma tanto quanto a Mary. E ela está em um estado frágil, com as emoções abaladas, então vai fumar ainda mais do que já fumaria normalmente", conta a também cantora à reportagem. No filme, Mary lida com o luto de ter perdido o único filho na Guerra do Vietnã (1955-1975).

"Decidimos logo de cara que não daria para fingir. Dois dias depois de eu conseguir o papel, [o diretor] Alexander Payne me enviou duas caixas cheias de cigarros falsos. Eu tive cerca de um mês e meio para ficar confortável com aquilo, vi filmes antigos para aprender a segurá-los, para ver como as pessoas fumavam", lembra Da'Vine.

"E aí, quando chegou a hora de filmar, eu pedi para trocarmos os cigarros falsos pelos de verdade, porque o peso era diferente. O falso era frágil demais, poderia quebrar no meio da cena... E, olhando na câmera, dava para perceber que tinha algo errado ali. Eu encontrei um cigarro light, [da marca] American Spirit, o maço azul. E ele foi fundamental para eu entender a personagem."

"São coisas pequenas para quem assiste, mas que fazem toda a diferença para nós. Porque eu nunca fumei, então tinha que ficar confortável com aquele negócio entre os meus dedos, tinha que aprender o ritmo. A Mary vai falando e tragando, sem parar, não é uma coisa calculada de fala, para, fuma. Então, precisei trabalhar muito nisso, é uma parte tão grande de quem ela é", justifica.

Da'Vine teve mais facilidade para se entender com o lado culinarista de Mary --afinal, ela já gostava de cozinhar antes de ser escalada para Os Rejeitados. "Eu li o roteiro e pensei: 'Tem muita comida aqui'. Aí pedi para o Alexander se poderia estudar isso. E ele também gosta de cozinhar, então adorou a ideia."

"Eu sabia que ia me ajudar a dar uma base para a personagem, porque eu queria mostrar que ela não era apenas uma cozinheira, ela administrava todo aquele departamento e sabia o que estava fazendo. Precisava ser eficiente naquele ambiente, se impor entre as cozinheiras", aponta a atriz.

Da'Vine se saiu tão bem no laboratório que recebeu a bênção da equipe para montar a ceia de Natal que é mostrada no filme. "Em vez de comer o que estava no bufê, como todos os outros dias, eu pude escolher o menu e trabalhar com as cozinheiras na preparação. Nós nos sentamos à mesa e comemos aquele jantar de verdade, o que foi uma experiência muito gostosa."

Os Rejeitados também concorre aos Oscars de melhor filme, ator (para Paul Giamatti), roteiro original e edição. Da'Vine, que já levou mais de três dezenas de prêmios da crítica, inclusive o Globo de Ouro, afirma que prefere não se deixar levar pelo oba-oba dos bastidores de Hollywood.

"Eu instruí minha equipe, de uma maneira gentil mas firme, a não divulgar nenhuma informação sobre essas premiações para mim. Eu não quero saber nem a data em que revelam os indicados", diz. "É muito estressante, mas pelo menos a coisa toda se torna um pouco mais digerível se eu não souber."

"Porque, no fim das contas, você se importa, o seu trabalho importa. Você fica tanto tempo naqueles estúdios, criando aquela arte e torcendo para que ela afete as pessoas. Você espera que seu trabalho seja reconhecido e respeitado pelos seus colegas, é claro. Então, estou explodindo de felicidade e muito grata por tudo o que está acontecendo. Mas, ao mesmo tempo, tento me manter um pouco distante de toda essa loucura para não perder meu sono."


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