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Elenco rouba a cena em Os 7 de Chicago, aposta da Netflix para Oscar inédito

Divulgação/Netflix

Sacha Baron Cohen e Jeremy Strong entram em tribunal em cena de Os 7 de Chicago

Sacha Baron Cohen e Jeremy Strong em Os 7 de Chicago, aposta da Netflix para o Oscar 2021

ANDRÉ ZULIANI

andre@noticiasdatv.com

Publicado em 16/10/2020 - 6h55

Nesta sexta-feira (16), estreia na Netflix o filme Os 7 de Chicago, drama dirigido por Aaron Sorkin (The West Wing) e estrelado por muitos atores que estão em alta em Hollywood. O elenco de peso, com vitórias nas maiores premiações da indústria, é o que torna o longa uma das apostas da plataforma para conquistar a inédita estatueta de melhor filme no Oscar em 2021.

Baseado em fatos reais, o longa relembra os acontecimentos do histórico confronto entre policiais e manifestantes que ocorreu durante a convenção nacional do Partido Democrata dos Estados Unidos em 1968. Na ocasião, centenas de pessoas ficaram machucadas, e os principais organizadores do movimento foram indiciados pelo governo americano.

O grupo levado aos tribunais para provar sua inocência de não ter incitado o confronto com as autoridades é composto por Abbie Hoffman (Sacha Baron Cohen), Jerry Rubin (Jeremy Strong), Tom Hayden (Eddie Redmayne), Bobby Seale (Yahya Abdul Mateen II), Rennie Davis (Alex Sharp), David Dellinger (John Carroll Lynch), Lee Weiner (Noah Robbins) e John Froines (Danny Flaherty). Eles são defendidos por William Kunstler (Mark Rylance).

Só nesse grupo, há vencedores do Oscar (Rylance e Redmayne) e do Emmy (Mateen II e Strong), todos com performances fortes e com momentos de brilho individuais. Mérito também do roteiro, escrito por Sorkin, que abusa da qualidade de seus atores para elevar o nível do longa.

Cohen, que em seu currículo tem uma estatueta de melhor ator no Globo de Ouro por seu trabalho em Borat (2007), é o principal destaque do filme. O ator britânico, também conhecido por sua ótima veia cômica, abraça o papel com o tom áspero e irônico de Hoffman. A dobradinha feita com Jerry Rubin (Jeremy Strong) rende alguns dos momentos mais engraçados da produção.

Mateen II, em alta depois de ter vencido o Emmy por seu trabalho em Watchmen (2019), também merece destaque. Interpretando Bobby Seale, ativista político pelos direitos civis e co-fundador do Partido dos Panteras Negras, o ator se impõe em cena e convence ao retratar a injustiça por qual passou Seale no julgamento real.

DIVULGAÇÃO/NETFLIX

Anos 1960 foram marcados por manifestações

Revivendo os anos 1960

Com exceção de Dellinger, de mais idade e pai de família, todos os integrantes dos Sete de Chicago --que, com a adição de Seale, subiram para oito-- eram jovens idealistas lutando contra um governo que eles consideravam autoritário e retrógrado. Os anos 1960 foram marcados por embates políticos, culturais e raciais.

Em meio à tensão da aproximação das eleições para presidente, o grupo fazia parte da multidão que exigia a retirada das tropas americanas da Guerra do Vietnã, ocorrida entre 1959 e 1975, mas que teve intensa participação do exército dos EUA a partir de 1965.

Praticamente toda a narrativa de Os 7 de Chicago se passa durante o julgamento decorrente do confronto. Este episódio é visto por pensadores e membros da imprensa da história americana como um grande circo, muito influenciado pelo governo recém-eleito do ex-presidente Richard Nixon (1913-1994).

Conhecido por prezar as palavras, Sorkin não perde a mão e repete no longa as maiores qualidades de suas obras: todo diálogo importa, do mais banal aos embates jurídicos travados na corte do juiz Hoffman (Frank Langella).

O grande mérito de Os 7 de Chicago, no entanto, é mostrar como uma história marcada por um dos mais famosos julgamentos "políticos" consegue se manter atual. Com violência policial, juristas arbitrários e tensões entre direita e esquerda, os EUA dos anos 1960 não se diferem muito do atual.

Confira o trailer legendado:


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