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AMARRAÇÃO DO AMOR

Diretora pisa em ovos em comédia que faz graça com umbanda e judaísmo

Fotos: Divulgação/Migdal Filmes

Ary França, Samya Pascotto, Bruno Suzano e Cacau Protásio estão na praia em cena do filme Amarração do Amor

Ary França, Samya Pascotto, Bruno Suzano e Cacau Protásio no filme Amarração do Amor

LUCIANO GUARALDO

luciano@noticiasdatv.com

Publicado em 14/10/2021 - 6h20

Religião é um tema sensível de se abordar em qualquer produção audiovisual. Quando se trata de uma comédia, então, os ânimos ficam ainda mais acirrados. Por isso, Caroline Fioratti admite que ficou receosa quando foi convidada para dirigir Amarração do Amor, filme que usa os conflitos entre judeus e umbandistas para despertar risadas do público.

A produção nacional, que chega aos cinemas nesta quinta (14), conta a história de Bebel (Samya Pascotto) e Lucas (Bruno Suzano), casal que se apaixona apesar das diferenças em suas histórias --ela foi criada em sinagogas do judaísmo; ele, com os ritos da umbanda.

Quando os dois decidem se casar, suas famílias se envolvem no planejamento da cerimônia. A mãe do rapaz, Regina (Cacau Protásio), quer que a festa ocorra no seu terreiro. O pai da moça, Samuel (Ary França), deseja um evento que siga toda a tradição, com direito à celebração de um rabino. Aos poucos, o que deveria ser uma celebração do amor vira um Deus nos acuda.

A atriz Cacau Protásio observa anotações da diretora Caroline Fioratti nos bastidores de Amarração do Amor

"Tomei muitos cuidados. Na verdade, tomei todos os cuidados (risos). Para mim, era uma coisa muito importante não cair em estereótipos. Fui criada na religião umbandista, meus pais até me dão puxão de orelha porque eu não vou tanto no terreiro. O judaísmo eu não conhecia, e tive que mergulhar nesse universo", conta Caroline ao Notícias da TV.

"A principal coisa para mim era o discurso. Não posso fazer um projeto se eu não acreditar nele. Isso me pega demais! Então, era importante encontrar o tom correto. Fizemos o filme para falar da necessidade da convivência religiosa. E eu uso 'convivência' porque não é só tolerância mais, temos que conviver de fato, trocar sobre as nossas religiões, sobre as nossas fés, porque isso faz parte de ser brasileiro."

Em sua busca pelo sincretismo que define as crenças do país, a equipe de Amarração do Amor foi atrás de consultores para as duas religiões abordadas. Mãe Nancy de Oyá deu todo o parecer oficial sobre a umbanda --e inclusive emprestou seu terreiro para as filmagens--, enquanto o professor universitário Michel Gherman cuidou da parte judaica.

"A mãe Nancy ficou conosco do início até o final, das situações do roteiro à construção da gira, ajudando até Cacau a atirar búzios. E ela ria, se divertia, falava 'é assim mesmo'. E o Michel, que tem um trabalho sobre a relação do judaísmo com as religiões afrobrasileiras, também ajudou demais. Ele estava muito entusiasmado, falando que uma comédia ia dialogar com todo mundo. Ter o suporte deles foi me dando confiança", lembra Caroline.

A diretora ressalta que Amarração do Amor não tem como pretensão fazer humor com as religiões, mas usá-las para a representação de algo maior. "A intenção era mostrar essas duas famílias como um microcosmo social, com personagens que tratam a sua religião e a do outro de maneiras diferentes, como é na nossa sociedade. É justamente dessa situação familiar de conflito que está o humor, que conseguimos olhar o ridículo da situação, que nos identificamos e, de alguma forma, nos transformamos", resume.

O elenco também conta com Malu Valle, Maurício de Barros, Lorena Comparato, Vinícius Wester, Bel Kutner e Cassio Pandolfh, além das participações especiais de Berta Loran e Clementino Kelé. Confira o trailer:


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