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NOVOS FENÔMENOS

De Mario Bros. a The Last of Us: Por que games vivem 'era de ouro' das adaptações?

Divulgação/Universal Pictures

Cena de Super Mario Bros. - O Filme (2023)

Cena de Super Mario Bros. - O Filme (2023); longa se tornou a maior adaptação de um game

ANDRE ZULIANI

andre@noticiasdatv.com

Publicado em 16/4/2023 - 8h20
Atualizado em 16/4/2023 - 11h05

Recém-lançado nos cinemas, Super Mario Bros. - O Filme já pode ser considerado um fenômeno. A animação dublada por Chris Pratt já arrecadou mais de US$ 500 milhões (R$ 2,4 bilhões) em bilheteria pelo mundo e se tornou a maior adaptação de um game de todos os tempos.

A boa repercussão do longa vai de encontro ao sucesso de outras recentes produções: The Last of Us, série hit da HBO, e Dungeons & Dragons: Honra Entre Rebeldes. O que as três têm em comum? Todas são baseadas em jogos, sejam de videogame ou tabuleiro.

Encerrada em março, a primeira temporada de The Last of Us movimentou as conversas nas redes sociais e conquistou crítica e público. A atração estrelada por Pedro Pascal (Narcos) e Bella Ramsey (Becoming Elizabeth), inclusive, superou a audiência de House of the Dragon, fenômeno do canal premium no ano passado, com uma audiência total de 30,4 milhões contra os 29 milhões registrados pelo spin-off de Game of Thrones (2011-2019).

No caso de Dungeons & Dragons, os números de bilheteria ainda são tímidos. Há quase duas semanas em cartaz nos Estados Unidos, o longa arrecadou "apenas" US$ 128 milhões (R$ 628 milhões) mundialmente, mas a estreia no Brasil e em outros países ocorreu apenas na última quinta (13), o que pode ajudar a alavancar a audiência devido à ótima repercussão do longa entre os críticos.

Além dos valores positivos a favor, estas três produções têm em comum o aval do público e da imprensa especializada, dando início ao que parece ser uma "era de ouro" das adaptações. Cenário bem diferente de outras produções inspiradas em games do passado, que sofreram com críticas ácidas e baixa bilheteria.

Há, entretanto, exceções. A franquia Resident Evil protagonizada por Milla Jovovich teve seis filmes lançados para o cinema, mesmo que parte dos críticos tenha revirado os olhos para a maioria. Warcraft (2016) e Pokémon: Detetive Pikachu (2019), lucraram US$ 439 milhões (R$ 2,15 bilhões) e US$ 433 milhões (R$ 2,11 bilhões) respectivamente, mas tiveram repercussão mista e --por enquanto-- ainda não ganharam sequências.

Dando início a essa nova era, Super Mario Bros., The Last of Us e Dungeons & Dragons parecem ter colocado as adaptações de game nos trilhos. E os motivos para os recentes sucessos destes obras engloba várias mudanças nos bastidores.

DIVULGAÇÃO/HBO

Pedro Pascal e Bella Ramsey em The Last of Us

Amor geracional

Entre produtores e diretores, muitas das pessoas envolvidas no desenvolvimento desses títulos fizeram parte de uma geração de jovens que cresceu jogando videogames. O carinho pelas obras originais e o conhecimento desse "universo" fez com que os profissionais deixassem de querer inovar para investir no que sempre deu certo nos jogos.

Na visão de Thiago Romariz, CEO do Chippu e ex-editor-chefe dos sites Omelete e The Enemy, o êxito dessas adaptações vem de um processo pelo qual filmes inspirados em quadrinhos também passaram. Entre os anos 1990 e 2000, títulos como X-Men (2000), Hulk (2003) e Demolidor (2003) chegaram ao cinema e, entre sucessos e fracassos, tinham como característica principal um distanciamento das obras originais.

Mesmo que tenha triunfado nos cinemas, a franquia X-Men foi muito criticada por descaracterizar personagens, seja no visual ou na personalidade. Para Romariz, isso mudou com a chegada de pessoas como o chefão do Marvel Studios Kevin Feige, que cresceu lendo quadrinhos e uniu seu conhecimento das obras com a experiência no cinema. Entre outras palavras, ele sabia o que funcionava nos dois lados.

"Tudo mudou quando Kevin Feige, escritores de quadrinhos e pessoas que cresceram consumindo essas mídias começaram a se envolver com essas produções. Eles entendiam como elas funcionavam. Quando eles combinaram isso com seus conhecimentos de cinema, as coisas começaram a fluir", destaca.

O jornalista dá o exemplo das pessoas envolvidas nas produções das adaptações de games lançadas recentemente. Responsável pelos jogos de Mario Bros., a Nintendo coproduziu o longa ao lado da produtora Illumination, enquanto Neil Druckmann, criador de The Last of Us, coescreveu a série da HBO ao lado do showrunner Craig Mazin (Chernobyl).

"Em Dungeons & Dragons, os dois diretores [John Francis Daley e Jonathan Goldstein] têm uma experiência vasta com franquia, porque trabalharam nos filmes do Homem-Aranha da Marvel, e são fãs de RPG. Eles foram criados jogando RPG e jogos que inspiraram o filme", continuou.

Para Romariz, também é significativo o fato dessas obras terem pessoas mais jovens envolvidas na produção --John Fracis Daley, por exemplo, tem apenas 37 anos.

"Esses caras que estão criando esses jogos e filmes baseados em games estão diretamente ligados às obras originais. Foi Neil Druckmann que criou The Last of Us, foi a Nintendo que criou Mario. Então é muito um lance de como os criativos estão envolvidos e como eles entendem de dois mundos, e não de apenas um. Como entendem de cinema e games, então conseguem fazer algo que seja próximo para os dois."


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