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NO PRIME VIDEO

Cinderela de Camila Cabello é versão moderna e feminista da princesa da Disney

Divulgação/Prime Video

Camila Cabello em cena da nova versão de Cinderela

Camila Cabello em cena da nova versão de Cinderela; filme estreia nesta sexta (3) no Prime Video

ANDRÉ ZULIANI

andre@noticiasdatv.com

Publicado em 3/9/2021 - 6h25

Uma das principais produções da história da Disney, Cinderela ganha uma versão repaginada e moderna nesta sexta-feira (3) com a estreia de um novo longa exclusivo do Prime Video. Ex-integrante do Fifth Harmony, a cantora Camila Cabello assume o papel da princesa e explora um lado mais feminista do conto de fadas da casa do Mickey.

Idealizado por Katy Cannon, roteirista três vezes indicada ao Emmy e conhecida por narrativas voltadas para mulheres, o novo filme reposiciona Cinderela de acordo com a "nova ordem mundial". No filme do streaming da Amazon, a protagonista rejeita o rótulo de princesa e tem como maior sonho ser uma grande empreendedora.

Na pele de Camila Cabello, Cinderela (ou simplesmente Ella) tem o mesmo passado de suas outras versões cinematográficas. Órfã, ela mora de favor na casa de sua madrasta, Vivian (Idina Menzel), ao lado das meias-irmãs Malvolia (Maddie Baillio) e Narissa (Charlotte Spencer), e é tratada como serviçal.

Quando não está ocupada fazendo comida ou limpando a casa, Ella se tranca no porão de sua casa para criar vestidos. Seu grande sonho não é arranjar um marido e constituir família, mas sim se tornar uma estilista reconhecida em todo o reino.

Mesmo que base da história seja a mesma do conto original --menina órfã maltratada pela madrasta é "resgatada" por uma fada-madrinha, vai ao baile organizado pelo rei, conhece o príncipe, se apaixona e esquece o sapatinho de cristal--, o versão do Prime Video injeta oxigênio com mudanças pequenas, mas significativas.

DIVULGAÇÃO/PRIME VIDEO

Cinderela e seu príncipe

Se Cinderela foca em sua carreira profissional, o príncipe Robert (Nicholas Galitzine) não tem a ambição de se casar nem de assumir o posto de seu pai, o conservador rei Rowan (Pierce Brosnan). Jovem e inconsequente, o herdeiro do trono prefere viajar o mundo do que lidar com as responsabilidades de reger o reino.

Toda a estrutura moderna retratada no novo filme vem da mente de James Corden, ator e produtor do longa, que vendeu a ideia para a Sony há alguns anos. Aqui, o "felizes para sempre" daria lugar a uma jovem batalhadora que prefere lutar para encontrar o seu espaço do que esperar sentada por seu príncipe encantado. Com o projeto pronto, a pandemia de Covid-19 fez com que o estúdio optasse por vendê-lo, com o Prime Video surgindo como sua nova casa.

Corden queria uma história que conversasse com os jovens da atualidade. Sua Cinderela reflete um mundo na qual as mulheres brigam para ter voz e, quem sabe, encontrar um cara decente no caminho. Ao mesmo tempo, ele entrega o papel de fada-madrinha a Billy Porter, ator assumidamente gay e figura central na luta pela representação LGBTQIA+ em Hollywood. Até a madrasta de Idina Menzel ganha novas camadas e se torna mais interessante.

Repaginado com a temática feminista, Cinderela tem em seu lado musical os seus melhores e piores momentos. O filme funciona quando introduz letras originais --e deixa Camila Cabello fazer o que sabe de melhor. No entanto, a opção por acrescentar músicas já conhecidas do público deixa muitas sequências vazias e impede uma conexão maior.

A "lista de karaokê" inclui sucessos de Queen, Madonna, Ed Sheeran e outros artistas, mas a maioria não funciona e pouco acrescenta à narrativa. Se buscasse mais inspiração em obras como Hamilton (2018) ou Em Um Bairro de Nova York (2021), Corden e Katy teriam em mãos uma versão de Cinderela ainda mais digna de apresentar.

Mesmo com falhas, o filme do Prime Video entra para a lista de boas releituras de um dos contos de fadas mais famosos da Disney. Em tempos difíceis, um musical adorável sempre será uma boa opção.

Assista ao trailer dublado de Cinderela:


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