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BRUNO ROCHA

Ator vinga a escravidão da mãe em filme da Netflix: 'Minha revolta é na desigualdade'

REPRODUÇÃO/NETFLIX

Em um ferro-velho, o ator Bruno Rocha está sujo e suado como Samuel em cena de 7 Prisioneiros

Samuel (Bruno Rocha) em 7 Prisioneiros; filme ficou em quarto lugar no ranking global da Netflix

DANIEL FARAD

vilela@noticiasdatv.com

Publicado em 28/11/2021 - 6h30

Bruno Rocha passou parte da própria história a limpo como um dos jovens que são escravizados por Luca (Rodrigo Santoro) em 7 Prisioneiros. O filme da Netflix fez o ator abrir as próprias feridas --e não só como uma pessoa preta, uma vez que o tema por si só traz uma forte bagagem histórica. Ele ainda descobriu, em meio às filmagens, que a mãe já havia trabalhado em condições análogas à escravidão.

Em entrevista ao Notícias da TV, o ator explica que não foi difícil encontrar o sentimento de revolta que Samuel traz à tona ao perceber que foi enganado e forçado a dar expediente em um ferro-velho:

Há pessoas que estão nessa situação e acreditam que é a única forma de trabalho que existe. Há uma alienação dos menos favorecidas. Devemos escancarar os direitos trabalhistas na cara da população e mostrar que todos têm o direito de um trabalho digno e justo. A minha revolta é na desigualdade, no descaso que tem nesse país.

Rocha frisa que não imaginava que a escravidão contemporânea poderia estar tão perto até revelar a mãe como seria a história do longa-metragem. "Ela saiu do interior de São Paulo com 17 anos para trabalhar como faxineira na casa de uma mulher que a trancava, não pagava o combinado, fazia ela trabalhar horas sem parar. Quando eu descobri, entendi na hora por que estava nesse projeto. Meu pensamento foi de: 'Agora eu tenho onde vingar uma história que também é minha e está dentro de casa'."

Encontro com Rodrigo Santoro

Rocha não sabia que Santoro estaria no filme até a primeira leitura do roteiro. "Foi aí que fiquei extasiado, mas fingi costume. Foi uma honra e uma aula contracenar com o Rodrigo. Ver ele se preparando, seu profissionalismo, deu para entender o sucesso que ele é mundo afora", elogia.

Ele tem vontade de seguir os passos do colega de profissão, que trocou as novelas por Hollywood. "É um grande sonho fazer uma carreira internacional, mas tem tantos artistas e diretores incríveis aqui no Brasil que, antes, queria ter a oportunidade de trabalhar bastante aqui", pontua.

O intérprete, porém, não é um "ilustre desconhecido" para o público do exterior, que fez o filme ficar em quarto lugar no ranking global da Netflix. Ele também atuou em 3% (2016-2020), que chamou mais a atenção dos gringos do que dos próprios brasileiros.

Já recebi algumas mensagens [do exterior], mas nada fora do comum. Algumas pessoas me parabenizaram pelo filme e por meu trabalho. Teve uma pessoa que mandou 'be safe in Brazil' [fique seguro no Brasil, em inglês], e eu percebi que ela achou que a temática do filme se passava só aqui. Mas a escravidão contemporânea acontece em todo o mundo. Falta atenção.

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