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JOSÉ LUIZ VILLAMARIM

Após rumores, Globo renova com diretor questionado por novelas ruins de ibope

Reprodução/TV Cultura

O diretor de teledramaturgia da Globo, José Luiz Villamarim, em entrevista para a TV Cultura em 2017

José Luiz Villamarim em entrevista para a TV Cultura em 2017, quando lançou seu filme Redemoinho

DANIEL CASTRO

dcastro@noticiasdatv.com

Publicado em 2/12/2023 - 6h10
Atualizado em 2/12/2023 - 9h20

Em meio a um dos momentos mais críticos da teledramaturgia da Globo, o diretor José Luiz Villamarim terá seu contrato renovado por mais três anos, contrariando boatos de que ele estaria deixando a emissora após os sofríveis resultados das novelas Elas por Elas e Fuzuê. De acordo com Amauri Soares, diretor dos Estúdios Globo, o vínculo de Villamarim vence apenas em março, mas será renovado nos próximos dias. Trata-se de um evidente sinal de confiança.

Diretor de minisséries prestigiadas como Amores Roubados (2014) e Justiça (2016), Villamarim assumiu a direção de Teledramaturgia da Globo em dezembro de 2020, em plena pandemia que havia paralisado as exibições de Amor de Mãe (2019), a última novela que dirigiu. Ele substituiu o dramaturgo Silvio de Abreu em um processo de reestruturação da cúpula da Globo.

Villamarim tem sido muito questionado nos bastidores e nas redes sociais por causa do mau momento das novelas das seis e das sete, respectivamente Elas por Elas e Fuzuê,, das seis. A primeira sofre para chegar aos 20 pontos no Ibope da Grande São Paulo, uma das piores médias do horário.

Elas por Elas não passa dos 15. Nesta semana, teve menos audiência do que os últimos capítulos da segunda reprise de Mulheres Apaixonadas (2003). Se não reagir (está no ar há pouco mais de dois meses), poderá entrar para a história como o folhetim de pior desempenho do horário.

Terra e Paixão, a novela das nove, não é um fracasso. Na última quinta, bateu seu recorde na Grande São Paulo, mas gera pouca repercussão e ainda não superou os 30 pontos, 20 a menos da marca que a Globo perseguia há 20 anos, quando o consumo de entretenimento doméstico era quase todo direcionado para a TV aberta.

O quadro gerou especulações de que Villamarim estaria de saída, como ocorreu com Ricardo Waddington, que deixou a direção dos Estúdios Globo no meio do ano, após apenas dois anos e meio no cargo. Nos bastidores, circularam listas de possíveis substitutos, todos autores: Ricardo Linhares (atualmente supervisionando Fuzuê), Gloria Perez e Rosane Svartman.

Diretor sensível, educado, de fácil trato, Villamarim é muito querido por autores e atores. Mas, principalmente entre os roteiristas, há aqueles que, reservadamente, confessam que sentem falta de um profissional experiente como Silvio de Abreu, com 27 novelas no currículo, que dividia a responsabilidade pelo texto das tramas, muitas vezes reescrevendo capítulos inteiros, dando mais segurança ao autor.

Villamarim foi indicado por Waddington, mas tem total apoio de Amauri Soares, que assumiu a direção dos Estúdios Globo em junho deste ano. Em conversa com o Notícias da TV, Soares defendeu Villamarim e discordou da necessidade de um autor no comando da teledramaturgia.

Lembra Soares que esse cargo "historicamente" foi ocupado por diretores, não por autores. A nomenclatura "diretor de teledramaturgia" passou a existir em 2014, com Silvio de Abreu, mas antes as funções foram exercidas por profissionais da direção, como Daniel Filho e Paulo Ubiratan (1947-1998).

Soares defende que, além de possuir total qualificação para analisar textos de novelas, Villamarim conta com uma equipe de profissionais especializados na avaliação de sinopses e capítulos, e que sinopses que não se sustentam dramaturgicamente são descartadas, como ocorreu recentemente com as autoras Lícia Manzo e Cristianne Fridman.

Ter um diretor no cargo, avalia Soares, traz ainda outra vantagem: não há competição pela autoria da novela bem-sucedida. "Ter um autor no cargo foi uma exceção", diz.


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