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Fabíola Rabo de Arraia é demitida da Record: 'Não dá mais para viver só de TV'

REPRODUÇÃO/INSTAGRAM

A jornalista Fabíola Gadelha no cenário do Cidade Alerta

Fabíola Gadelha em seu último trabalho relevante para o Jornalismo, o Balanço Geral dos sábados, em 2021

DANIEL CASTRO

dcastro@noticiasdatv.com

Publicado em 19/1/2023 - 7h00
Atualizado em 19/1/2023 - 12h50

Aposta do Jornalismo da Record nos últimos dez anos, Fabíola Gadelha foi demitida na última sexta-feira (13). Formada como repórter policial em Manaus, ela ganhou projeção nacional em 2013, graças à sua interação com Marcelo Rezende (1951-2017), que a apelidou de Rabo de Arraia, mas perdeu força após a morte do mentor, em setembro de 2017.

Na Record, Fabíola era considerada uma profissional que custava caro e não estava mais rendendo o esperado, principalmente para o departamento de Jornalismo, que bancava seu salário. Nos últimos anos, ela se dedicou mais ao entretenimento, mas não passou de colaboradora de outras atrações, como o Hora do Faro.

Fabíola conta que a história não é bem assim. Diz não ter sido demitida, mas que fez um acordo com a Record para ser dispensada e assim receber indenização trabalhista, já que tinha carteira assinada havia quase cinco anos. O Notícias da TV apurou que a iniciativa de "negociação" partiu da Record.

A jornalista comemora o fato de não ter mais vínculo trabalhista com a emissora (ela continua com contrato com a Record Entretenimento, onde participa de podcasts e projetos eventuais). Agora ela poderá ganhar mais dinheiro com outros trabalhos e como influencer --tem 3,6 milhões de seguidores no Instagram.

"Desde o ano passado venho analisando e concluí que não dava mais [para continuar] na Record. Tive uma conversa e a gente entrou num acordo [de demissão]. Falei que não interessava mais [ter contrato fixo, como celetista]. No momento, pra mim é melhor não ter contrato de exclusividade com a Record", disse Fabíola ao Notícias da TV.

Nos últimos dois anos recebi várias propostas de trabalho e não pude aceitar. Na Record não podia fazer YouTube, não podia fazer publi no Instagram. Hoje não dá mais pra viver só de TV. A gente também é influencer.

Recentemente, Fabíola contratou um empresário para cuidar de sua carreira e fazer um levantamento de quanto ela estava perdendo ficando presa à Record. O empresário mostrou que ela poderia ganhar em um dia de gravação ou com um post em redes sociais o que recebia em um mês na TV.

Jornalista pode voltar à Record

Apesar da aposta em seu lado influencer, as redes sociais não são o plano A de Fabíola. Sua prioridade continua sendo o vídeo. Ela afirma que tem vários projetos engatilhados e que um deles, daqui a três meses, é na própria Record.

A jornalista concorda que estava sendo subaproveitada na rede de Edir Macedo, que passa por um processo de enxugamento de custos. "Tenho muita gratidão pela Record, mas queria participar mais, fazer mais, porque tenho mais a entregar", lamenta.

Fabíola foi contratada pela Record em 2014, após se destacar como repórter policial em Manaus, o que lhe rendeu ameaças de morte, como mostra a série documental Bandidos na TV (2019), da Netflix. No início, foi repórter durante a semana e comandava o Cidade Alerta aos sábados.

A ideia da Record era transformá-la em apresentadora de telejornal policial, mas o retorno de Luiz Bacci à emissora, após breve passagem pela Band, colocou Fabíola em segundo plano.

Após a morte de Marcelo Rezende, Rabo de Arraia pendeu cada vez mais para o entretenimento. Ela continuou atrelada e produzindo para o Jornalismo, mas gostava mesmo era de fazer reality show (Troca de Família, A Fazenda) e participar de programas de auditório da casa. Queria distância de criminosos.

"Quando vi que estava sendo direcionada para isso [entretenimento], eu gostei, me encontrei", confessa. "É um ciclo que se encerrou, outro que começa e vida que segue", finaliza.

Cinco horas após a publicação da matéria, a jornalista divulgou um texto para comunicar sua saída da Record. Confira:


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