Bastidores
Victor Pollak/TV Globo
Agatha Moreira em cena de A Dona do Pedaço: contra Bolsonaro, a Globo aposta na força de sua produção
As ameaças feitas à Globo por Jair Bolsonaro assustaram os executivos da emissora, mas eles não acreditam que o presidente irá levar a cabo a mais assustadora promessa, a de não renovar suas cinco concessões de TV, a vencerem em 7 de outubro de 2022.
Como o Notícias da TV mostrou ontem, quem decide se uma concessão de TV deve ser renovada ou não é o Congresso Nacional, e a Globo tem muita força, principalmente no Senado, onde atuam políticos que também são radiodifusores.
Ao presidente compete encaminhar a renovação ou perempção da outorga ao Senado. E para fazer isso, ele precisa de boas justificativas. Como demonstrar que a Globo não cumpre com os objetivos educativos, culturais e informativos definidos na Constituição de 1988. Ou problemas flagrados pela fiscalização da Anatel, onde a emissora tem forte influência.
"Contra a Globo o presidente não encontra nada", brada um importante diretor da emissora, que pede anonimato. "A empresa investe muito no cumprimento de obrigações", complementa.
Além de sua "ficha limpa", a Globo aposta na força de sua programação, a preferida dos brasileiros desde o início dos anos 1970.
"Ele [Bolsonaro] vai ter de explicar para 100 milhões de brasileiros por que não vai renovar a concessão da quarta maior rede de TV do mundo, premiada internacionalmente, que gera 15 mil empregos diretos e é 100% nacional, além de ser o 17º maior grupo de comunicação do planeta", explica outra importante figura dos bastidores da Globo.
A Globo conta até com um detalhe curioso: se Bolsonaro cassar alguma concessão de TV, ele será comparado ao venezuelano Hugo Chávez, que em 2006 anunciou que não iria renovar a licença do "canal golpista" RCTV, hoje restrito ao YouTube. "Tem um custo político de se passar por chavista", aposta o executivo da Globo.
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