Atriz se orgulha de beijo lésbico em Malhação: 'Nem todo mundo tem coragem'

Manoela Aliperti ainda não era nem nascida quando Malhação estreou em 1995, mas entrou para a história da produção como a bissexual Lica em Viva a Diferença (2017). A atriz de 24 anos interpretou a primeira protagonista LGBTQ+ do folhetim adolescente e, de quebra, também deu o primeiro beijo entre pessoas do mesmo sexo no horário.

A jovem vivia um relacionamento aberto com MB (Vinícius Webster) nos primeiros capítulos, mas logo se interessou por Samantha (Giovanna Grigio). O casal de meninas foi um dos mais populares da temporada.

"Fico feliz por representar essa forma de amor, porque as duas são importantes justamente por falar sobre bravura. A gente entra na questão da orientação sexual, mas essas garotas antes de tudo são duas amigas que se deram a liberdade para experimentar. Nem todo mundo tem essa coragem", conta a atriz ao Notícias da TV.

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O gesto de carinho não foi uma cena isolada da produção. As jovens não se furtavam a trocar selinhos e, no último capítulo, elas ganharam destaque com o beijo mais longo entre os personagens centrais.

"Gosto muito desse desfecho de elas terminarem como namoradas, porque faz jus ao título da novela. Eu me realizei como atriz e telespectadora", confidencia.

REPRODUÇÃO/TV GLOBO

Samantha (Giovanna Grigio) e Lica (Manoela Aliperti) em Malhação: Viva a Diferença (2017)

Sem rótulos

A intérprete acredita que a obra de Cao Hamburger continua mais relevante do que nunca três anos após a sua estreia. "A novela trata de assuntos atemporais, então vai ser interessante revê-la depois de passar por todas as experiências que a gente viveu desde o último capítulo. Estou com uma expectativa alta para saber como as pessoas vão recebê-la com tudo que estamos passando em 2020", afirma.

A artista avalia que o grande trunfo do novelista é retratar esse casal de forma bastante natural. O beijo entre elas, por exemplo, não ficou para o último capítulo para não afugentar o público mais conservador, muito menos teve a intenção de chocar essa parcela dos telespectadores.

"A premissa da trama é retratar a realidade e, sem dúvida, a gente observa nela as orientações sexuais mais diversas, as amizades complexas [que não cabem um rótulo], questões realmente profundas", pondera Manoela, que em breve reprisará o papel também no spin-off As Five, do Globoplay.

Ela ainda conta que se sente mais confiante e confortável com quem é graças à sua primeira e até então única personagem em novelas. "A determinação da Lica faz com que nós mulheres acreditemos mais um pouco em nós mesmas. Ela age independentemente do que os outros falam, acho uma atitude importante para nós podermos caminhar de forma verdadeira e empoderada", conclui a atriz.

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