CLIMA DE MUNDIAL
REPRODUÇÃO/TV GLOBO
Galvão Bueno em ensaio antes da Copa do Mundo: ibope do Mundial no Catar é maior que 2018
A Copa do Mundo do Catar tem superado as expectativas da Globo em audiência. Mesmo com o prejuízo já assumido internamente por causa dos altos custos dos direitos e de manutenção de equipe no país do Oriente Médio, a emissora está muito satisfeita com os índices, que são maiores em relação ao último Mundial, realizado na Rússia em 2018.
O Notícias da TV teve acesso ao levantamento de audiência da primeira rodada da fase de grupos, que começou no domingo (20) e terminou na última quinta (24). Com 16 jogos transmitidos, a emissora líder obteve média de 19,7 pontos na Grande São Paulo, principal mercado de televisão do Brasil e referência para os investimentos do mercado publicitário.
Com transmissões em horários parecidos e com duração mais longa --na Rússia eram três jogos por dia, não quatro--, a Copa de 2018 alcançou 15,6 pontos. Ou seja, a Copa do Catar elevou em sua primeira rodada cerca de 26,2% quando comparado ao mesmo período da última edição.
No top três de jogos mais vistos até aqui, nenhuma grande surpresa. O campeão de ibope foi a estreia da Seleção Brasileira contra a Sérvia. A vitória por 2 a 0 com narração de Galvão Bueno marcou 49,8 pontos. O segundo lugar foi a abertura do Mundial com Catar 0 x 2 Equador, que obteve 27,6 pontos. Portugal 3 x 2 Gana, exibido antes de Brasil x Sérvia, completou o pódio com 24,3 pontos.
O pior resultado até aqui foi o de Inglaterra 6 x 2 Irã (13,0 pontos). A expectativa é de que a média da Copa do Mundo do Catar suba ainda mais nos próximos dias, por causa dos grandes confrontos, como Argentina x México, Espanha x Alemanha, Portugal x Uruguai e o segundo jogo do Brasil, que será contra a Suíça.
A audiência da Copa do Mundo do Catar é maior do que a Globo esperava. A direção da emissora acreditava que as partidas do Brasil ficariam na casa dos 42 pontos. A média geral esperada para a primeira rodada era de 16 pontos.
Os números são um bom consolo, já que o Mundial não dará lucro financeiro para a Globo. O Notícias da TV apurou que a emissora opera no vermelho para entregar a cobertura. Cada cota na TV aberta foi vendida por R$ 175 milhões. Por ano, a Globo paga US$ 90 milhões (aproximadamente R$ 485 milhões) para a Fifa (Federação Internacional de Futebol) para ter eventos da entidade máxima do futebol.
Ainda existe o valor da renegociação de uma parcela não paga pela TV à entidade em 2020, feita após uma briga judicial no auge da pandemia. Esse valor está na casa dos US$ 30 milhões (R$ 161,8 milhões na cotação atual). Ou seja, só de custos com direitos, serão mais de R$ 640 milhões.
Além disso, a emissora não fica com o valor total da cota da Copa. Parte do dinheiro das vendas é repassada em forma de comissão para as agências que intermedeiam as negociações. Entram na conta também os impostos que incidem nas transações.
Para viabilizar a cobertura do evento, a Globo também investe pesado em produção, com o pagamento de hospedagem, alimentação e passagens para os profissionais, além de outros custos da viagem. Só para se ter uma ideia, um quarto de hotel "modesto" para os padrões do Catar não sai por menos de R$ 10 mil por dia. Uma passagem de avião está na casa dos R$ 9 mil em classe econômica.
Vale lembrar que a Globo já renovou contrato com a Fifa e adquiriu os direitos de transmissão da Copa de 2026, que será realizada no Canadá, Estados Unidos e México. Este contrato, porém, é sem exclusividade nas mídias.
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