GOLPE DE R$ 600
REPRODUÇÃO/TV GLOBO
William Bonner no Jornal Nacional de quarta (20); apresentador denunciou fraude e relatou golpe aplicado
REDAÇÃO
Publicado em 21/5/2020 - 10h44
Atualizado em 21/5/2020 - 11h35
William Bonner voltou ao Twitter na manhã desta quinta-feira (21) para denunciar que o filho, Vinícius Bonemer, foi vítima de fraude do programa de auxílio emergencial do governo, que paga R$ 600 para quem ficou sem renda com a pandemia do coronavírus. "Meu filho não pediu auxílio nenhum, não autorizou ninguém a fazer isso por ele. Mais uma fraude", desabafou o âncora do Jornal Nacional. Segundo ele, golpistas usaram dados de Vinicius e foram aprovados para receber o benefício.
Bonner relatou que o CPF de Vinícius tem sido utilizado por estelionatários há três anos. "Fraudes como a abertura de empresas ou a contratação de serviços de TV por assinatura, entre outras", contou o funcionário da Globo.
"Constituí advogados para encerrar todas as falcatruas, devidamente denunciadas à polícia, com queixas registradas em boletins de ocorrência. A repetição de fraudes chegou ao ponto de tornar recomendável uma troca do CPF. Mas, no Brasil, a vítima de golpes dessa natureza precisa passar por uma longa provação, em que tempo e dinheiro se esvaem no desenrolar do processo burocrático", explicou o âncora.
"Por justiça, não deveria ser assim. Meu filho e qualquer cidadão vítima de estelionato precisariam ser defendidos pela burocracia, em vez de punidos por ela.
Somos brasileiros. Temos combatido cada nova fraude com persistência e resignação. Mas elas não param", lamentou.
Bonner questionou os critérios de avaliação do governo federal para aprovar o benefício de R$ 600,00.
"Pelos critérios do programa de auxílio emergencial, alguém nas condições sócio-econômicas do meu filho não tem direito aos 600 reais da ajuda. Portanto, quem quer que viesse a usar o nome, o CPF e dados pessoais dele deveria receber como resposta ao pleito um 'não'. Mas, pelo que vimos ao consultar o site do Dataprev, o pedido de auxílio feito por um fraudador foi aprovado", analisou Bonner.
"O fraudador provavelmente indicou que não tinha conta bancária e abriu a conta específica da Caixa, à que, obviamente, meu filho não tem acesso. Portanto, sequer sabemos se o dinheiro foi depositado e se foi sacado!", se indignou ele.
O apresentador da Globo questionou quantas pessoas não teriam sido vítimas de fraudadores. O auxílio instituído pelo presidente Jair Bolsonaro já foi aprovado para 60 milhões de brasileiros.
"Meu filho não fraudou, é vítima e pode provar. Não se zelou pela aplicação do dinheiro público? Quem protege os cofres públicos da ação de estelionatários ou de pessoas mal intencionadas?", insistiu o jornalista.
"De nossa parte, apresentaremos nova queixa-crime. Da parte dos gestores do auxílio emergencial, esperamos apuração rápida da fraude, para que se resguardem o patrimônio público e a confiança dos cidadãos nos mecanismos de controle desse programa", desejou Bonner.
"Que o controle eficaz do programa não prejudique ainda mais aqueles cidadãos que realmente precisam do auxílio neste momento tão doloroso", concluiu.
Confira os tuítes de William Bonner:
Organizando em thread pra facilitar a leitura:
— William Bonner (@realwbonner) May 21, 2020
Interrompo meu silêncio no Twitter para denunciar uma injustiça e uma fraude com dinheiro público.
Primeiro, a injustiça.
Constituí advogados para encerrar todas as falcatruas, devidamente denunciadas à polícia, com queixas registradas em boletins de ocorrência.
— William Bonner (@realwbonner) May 21, 2020
Por justiça, não deveria ser assim. Meu filho e qualquer cidadão vítima de estelionato precisariam ser defendidos pela burocracia, em vez de punidos por ela.
— William Bonner (@realwbonner) May 21, 2020
Na terça, dia 19, fui informado de que o jornal Meia Hora tinha obtido documentos do suposto registro de meu filho no programa de auxílio emergencial do governo. Meu filho não pediu auxílio nenhum, não autorizou ninguém a fazer isso por ele. Mais uma fraude, obviamente.
— William Bonner (@realwbonner) May 21, 2020
Portanto, quem quer que viesse a usar o nome, o CPF e dados pessoais dele deveria receber como resposta ao pleito um “não”. Mas, pelo que vimos ao consultar o site do Dataprev, o pedido de auxílio feito por um fraudador foi aprovado.
— William Bonner (@realwbonner) May 21, 2020
Leio no Globo que a Dataprev não verificou na Receita se os CPFs, embora pertencentes a pessoas sem renda própria, eram de dependentes de cidadãos com renda (como filhos, filhas,parceiros,parceiras). Quantos entre esses foram vítimas de fraudadores, como aconteceu com meu filho?
— William Bonner (@realwbonner) May 21, 2020
Como já informei, há 3 anos meu filho tem sido alvo de golpes de estelionatários, denunciados à polícia.
— William Bonner (@realwbonner) May 21, 2020
Neste caso, o crime é contra ele, contra todos os que tiveram seus nomes indevidamente usados, e também contra todos os brasileiros, porque ataca os cofres públicos.
E para que o controle eficaz do programa não prejudique ainda mais aqueles cidadãos que realmente precisam do auxílio neste momento tão doloroso.
— William Bonner (@realwbonner) May 21, 2020
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