VALENTINA BULC
REPRODUÇÃO/INSTAGRAM
A atriz Valentina Bulc compartilha o seu amor pelos animais e a importância do vegetarianismo
Nesta sexta-feira (1º), é comemorado o Dia Mundial do Vegetarianismo. Mas a atriz Valentina Bulc, de Salve-se Quem Puder (2020), pertence aos 14% de brasileiros que se consideram vegetarianos e faz questão de apoiar a causa todos os dias do ano. Em seu Instagram, ela se autodenomina "atriz, vegetariana e prolixa". A brasiliense mostra aos seus seguidores como a alimentação à base de proteínas vegetais é um caminho possível, saudável e necessário. Segundo ela, "parar de comer carne é urgente".
Valentina se tornou vegetariana em janeiro de 2020. O convívio com algumas amigas adeptas do movimento fez com que ela compreendesse esse estilo de vida e repensasse os seus hábitos.
"Teve um momento que eu comecei a querer entender de verdade o que minhas amigas me falaram, e acho que quando você abre a caixa da Pandora com os olhos e ouvidos verdadeiramente abertos, é um caminho sem volta", conta ela ao Notícias da TV.
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Os motivos para tirar esses alimentos do prato são diversos. No caso de Valentina, tanto a destruição ambiental causada pela agropecuária quanto o respeito à vida dos animais influenciaram em sua decisão. "Eu não me acho no direito de tirar a vida de um ser vivo só porque eu acho gostoso", declara.
Conforme dados divulgados pela Organização das Nações Unidas para a Alimentação e Agricultura, a agropecuária é a atividade que mais gasta água no planeta. No ano de 2017, 97,4% do consumo de água no Brasil ocorreu em atividades relacionadas à agropecuária, segundo pesquisa do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).
Já as informações do Map Biomas revelam que, entre os anos de 1985 e 2019, a agropecuária foi responsável por 90% do desmatamento da vegetação natural do país.
Além disso, o respeito à vida e à dignidade do animal e o questionamento do especismo, relacionado à crença da superioridade dos seres humanos, vêm sendo discutidos com mais ênfase nos últimos tempos. "Animais são sencientes, ou seja, eles sentem como nós, e deveriam ter o mesmo direito à vida", afirma a atriz.
No começo da transição para o vegetarianismo, existe um receio de não se adaptar ou de não saber como montar uma dieta equilibrada sem a proteína animal. Valentina sentiu algumas dificuldades para introduzir novos alimentos, mas logo se encontrou: "Eu me alimentava muito mal antes de virar vegetariana. Foi mais fácil do que imaginei. Acho que, como eu tinha uma motivação muito forte, me mantive no que acreditava".
O acompanhamento com uma nutricionista é parte importante do processo. Além da descoberta de novos sabores, existe a necessidade de entender como montar refeições adequadas e nutritivas. "Eu fiz toda uma reeducação alimentar, minha saúde melhorou bastante, e agora sou muito mais feliz", diz a artista.
Sobre os comentários inconvenientes e as críticas --quase inevitáveis--, a brasiliense opta pela racionalidade. "Quando alguém questiona minha escolha, eu divido com a pessoa os meus motivos e espero que ela me respeite e me escute. Ela pode até não concordar comigo, mas talvez o que eu falei reverbere dentro dela, e isso pode fazê-la pensar sobre", explica.
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Dificilmente alguém se torna vegetariano do dia para a noite. O consumo de carne faz parte da cultura da maioria das pessoas. Algumas décadas atrás, alguém que contestasse a ingestão de um alimento tão comum não seria ouvido. Mas as novas gerações, movidas por outros valores e preocupações, mostram disposição para desconstruir crenças enraizadas.
A atriz de 21 anos faz o seu papel transformador por meio das redes sociais. Com mais de 1 milhão de seguidores, ela consegue atingir diversas pessoas e conscientizá-las sobre a importância do movimento. "Já recebi muitos relatos de seguidores que, ao entender os meus motivos para virar vegetariana, começaram a repensar seus hábitos e escolhas. Vários me falam que deixaram de comer carne por influência minha, e eu acho isso incrível."
Um projeto com grande força na internet e apoiado pela artista é a Segunda sem Carne. A campanha surgiu nos Estados Unidos em 2003 a fim de prevenir doenças causadas pelo consumo excessivo de carne. Aqui no Brasil, a ideia foi lançada em outubro de 2009.
Ela explora justamente a ideia de adotar uma pequena mudança de hábito em nome de uma melhora individual e coletiva, por meio da substituição de uma proteína animal por uma vegetal durante um dia da semana.
Sou a favor de pequenos passos até conquistarmos algo grande. Se você só conseguir fazer um dia da semana sem carne, já é incrível. E, particularmente para mim, estudar foi muito importante para me manter no vegetarianismo. Quanto mais você for atrás de informação, do que acontece, de documentários e livros, mais você vai perceber que parar de comer carne é urgente.
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