'DIREITO NOSSO'
REPRODUÇÃO/INSTAGRAM
Musa dos anos 1990, Carla Marins pode ser vista na reprise de Tropicalinete no Globoplay
Sucesso como Dalila em Tropicaliente (1994), novela disponível no catálogo do Globoplay, Carla Marins se define como feminista e afirmou ser a favor da legalização do aborto no Brasil: "Esse direito tem que ser nosso". Musa dos anos 1990, a atriz disse ainda que se arrepende de ter posado nua.
"Não venha com essa opressão de que meu corpo vai servir como aparelho reprodutor para uma sociedade capitalista que quer braço para trabalhar. Esse direito tem que ser nosso", declarou a intérprete em entrevista ao Gshow.
Carla nunca teve vontade de ter filhos até conhecer o personal trainer Hugo Baltazar, quando tinha 37 anos. Ela se casou com ele --estão há 15 anos juntos. Aos 40 anos, a morena teve seu único filho, Leon, de 13 anos. "Você nasce e, sem saber ainda quem é, a sociedade vai te colocando os papéis, te dão uma boneca 'para criar', ensinam a arrumar a casa e é essa sua função."
Ela recordou ainda que pensou em juntar dinheiro para fazer inseminação artificial quando era mais jovem, caso não encontrasse um parceiro para dividir o projeto, mas logo desistiu da ideia.
"Engravidar não foi uma decisão, no estilo 'quero muito'. Confesso que quando fiz 39 anos tive medo de me arrepender se não vivesse essa experiência", contou a atriz que estreou na TV em 1980 na novela Água Viva.
Ela confessou ainda ter ficado uma semana sem contar a novidade para as pessoas, porque ficou assustada com as mudanças que estavam prestes a acontecer em sua vida. "É maravilhoso ser mãe, mas seria feliz também se não tivesse filho e essa história, porque isso é nosso. Maternidade não tapa buraco, relação não tapa buraco. É seu! Você com você!", enfatizou.
Sobre a educação do filho, Carla afirmou que tem muita ajuda do marido e desde sempre procurou educar Leon livre de preconceitos e com mentalidade progressista. Ela admitiu que, embora o marido e ela sejam muito abertos ao diálogo, fica bastante incomodada com o possível acesso que o filho possa ter à pornografia.
"Acho péssimo meninos e meninas serem ensinados a fazer sexo pela pornografia, porque alguns acabam aprendendo e internalizando que sexo pode ser violento", ponderou a artista.
Ainda ao Gshow, Carla contou que também foi vítima da objetificação feminina ao que ela se refere como "capital de troca". Aos 22 anos, a artista posou nua para a revista Playboy, assunto que já abordou com o filho também.
Eu odiei e me arrependi. Para que isso? Naquela época era um trabalho de atriz, que todas as mulheres da minha época faziam. É muito louco, porque éramos objetificadas e, na década de 1990, nós mesmas resolvermos fazer isso e ganhar nosso dinheiro com ensaios fotográficos, por exemplo. Hoje não quero mais ser objeto. Não quero ser cafetina de mim mesma.
Na trama de Walther Negrão, Carla Marins interpreta Dalila, filha de Samuel (Stênio Garcia) e Ester (Ana Rosa), irmã de Davi (Delano Avelar). Namorada de Cassiano (Márcio Garcia), ela sofre com as cenas de ciúme do rapaz.
O folhetim conta a história de amor entre a rica Letícia (Silvia Pfeifer), que abandona o luxo para viver em uma cabana com o simples pescador Ramiro (Herson Capri). Um dia, o jovem sai para pescar e acaba passando três meses longe de casa. Sem entender a rotina do parceiro, a filha de Gaspar (Francisco Cuoco) acredita ter sido abandonada e deixa a casa e o Brasil.
Anos mais tarde, já viúva volta ao país, incumbida de cuidar da indústria pesqueira da família, no Ceará. Ao retornar, ela reencontra o antigo amor. Afinal, o pescador negocia diretamente com a empresa da família dela.
No exterior, Letícia teve dois filhos com Jordi (Jonas Bloch): Vitor (Selton Mello) e Amanda (Paloma Duarte). Por aqui, Ramiro também teve seus herdeiros: Açucena (Carolina Dieckmann) e Cassiano, frutos de seu casamento com Serena (Regina Dourado). Apesar de sentir admiração pela mulher, ele larga a família e sucumbe ao amor que sente pela ex-namorada.
O último trabalho na TV de Carla Marins foi na novela bíblica Gênesis, da Record, no ano passado.
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