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NO FANTÁSTICO

Samara Felippo chora ao relatar ataques racistas à filha: 'Impossível não sentir raiva'

REPRODUÇÃO/TV GLOBO

Samara Felippo segura as lágrimas em entrevista ao Fantástico

Samara Felippo tenta segurar as lágrimas em entrevista ao Fantástico deste domingo (5)

REDAÇÃO

redacao@noticiasdatv.com

Publicado em 5/5/2024 - 21h27

Samara Felippo teve de segurar as lágrimas durante entrevista ao Fantástico deste domingo (5). A atriz falou sobre os ataques racistas que sua filha mais velha, Alícia, de 14 anos, sofreu na escola de alto padrão onde estuda no fim do mês passado. "É impossível uma mãe não sentir raiva nesse momento. Eu não quero ver minha filha chorando, nenhuma mãe quer", desabafou a ex-estrela da Globo.

De acordo com Samara, ela descobriu que algo estava errado com Alícia, fruto de seu relacionamento com o jogador de basquete Leandrinho Barbosa, ao chegar em casa e ver a menina debruçada na mesa de estudos.

"Teve que refazer cada linha do trabalho que tinha feito com todo o capricho. Ela chorava compulsivamente porque estragaram o trabalho dela. Dentro do caderno, tinha uma frase de cunho racista gravíssima", relatou a atriz.

A Escola Vera Cruz, de São Paulo, suspendeu as duas alunas que cometeram as ofensas contra Alícia. Desde 2019, a instituição de ensino tem um projeto antirracista. "Não tô aqui pra apedrejar a escola, imagina. Ela recebeu o acolhimento, e o que eles fizeram foi importante pra acharmos os responsáveis. Mas ainda é um projeto antirracista falho", disse Samara.

Eu gostaria que minha filha não convivesse mais com as agressoras. Quando essas meninas voltarem para o ambiente escolar, se voltarem, a minha filha vai revisitar essa dor. Eu não quero o mal, não tô odiando ninguém.

Samara afirmou ao Fantástico que está usando sua visibilidade como atriz para trazer mais atenção para o racismo como um todo --não apenas o sofrido por Alícia. "Estar aqui é um pouco do que eu posso fazer", justificou.

Ela também faz questão de colocar as filhas --Samara também é mãe de Lara, de 10 anos-- na presença de pessoas pretas. "Eu, como mãe branca, estou engajada nesse letramento. É assim que vou ajudar minha filha. Eu queria muito trazer pro centro desse debate as mães pretas", apontou.

"Todos os dias, essas mães precisam revisitar dores que elas viveram, coisas que eu não passei e nunca vou passar, mas vivo com minha filha."

Agora, Samara e Alícia tentam virar a página. "Ela está refazendo todo o trabalho. Está em pleno processo de formação ainda, no auge dos seus 14 anos", se emocionou a atriz, tentando segurar as lágrimas.

"A Alícia é muito tímida, ela é muito na dela, ela é muito amorosa, ela é muito sensível. E é muito lindo ver ela conseguir falar tudo que ela precisa falar", valorizou a mãe coruja. "Blindar, realmente, não dá. É fazer com que ela tome consciência do poder que ela tem, da menina maravilhosa que é, que ela pode ocupar o espaço que ela quiser."

Revolta

Ao G1, Samara Felippo havia dito em abril que exigiu a expulsão das duas estudantes e reclamou da omissão da escola. "Pedi expulsão das alunas acusadas, pois não vejo outra alternativa para um crime previsto em lei e que a escola insiste em relativizar. Fora a segurança e a saúde mental da minha filha e de outros alunos negros e atípicos, se elas continuarem frequentando a escola. Não é um caso isolado, que isso fique claro", discursou a artista.

Eu sinceramente quero que as pessoas envolvidas, agressoras, né, que são meninas de 15, idade da minha filha, se reabilitem mesmo. Eu quero o bem delas, eu não quero o mal de ninguém. Eu só quero que não convivam no mesmo espaço, onde poderão futuramente humilhar novamente e ofender e cometer outros atos de racismo contra ela.

A atriz afirmou que a filha demonstrou vontade de conversar com as alunas para entender o motivo dos ataques: "Foi ela que pediu uma reunião com as garotas. Ela foi superbonita, digna, forte, empoderada, entender, né? Tentar olhar na cara delas, entender o motivo daquele ato tão agressivo, tão violento e explicar para elas que isso é crime, que ela sabe que isso é crime".

Samara fala sobre com racismo com as filhas desde que elas eram pequenas. "Eu disse que o racismo poderia, infelizmente, visitá-las na vida delas. E eu acho que quando ela se prontificou para querer estar com as meninas, em uma sala, para entender o motivo que aquelas meninas tinham feito aquilo, eu perguntei na hora se ela estava forte para isso. E ela disse sim", contou.


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