QUESTÕES AMBIENTAIS
REPRODUÇÃO/INSTAGRAM
A jornalista Rosana Jatobá; especialista em meio ambiente, ela critica política de Bolsonaro
Rosana Jatobá revelou que deixou a Globo há três anos pela falta de interesse em um dos projetos que apresentou à casa. Ela chegou a conversar com os superiores sobre uma editoria de sustentabilidade e, diante da falta de espaço, foi buscar por parceiros no mercado. Com a carreira hoje focada no tema, a jornalista também é crítica à política ambiental de Jair Bolsonaro. "É um grande retrocesso", lamentou.
A apresentadora fez questão de ressaltar que não ficaram mágoas em relação à emissora em entrevista ao podcast Fundo do Baú nesta quarta (1º).
"A turma do Jornal Nacional, em que eu fazia a previsão do tempo, quando soube da minha gravidez, se reuniu e comprou uma joia para mim. Eu guardo com todo carinho. É uma demonstração de muito afeto e carinho de pessoas que foram muito importantes na minha vida", pontuou.
Ela, no entanto, preferiu romper os vínculos profissionais pela falta de oportunidade em colocar em prática um mestrado sobre Sustentabilidade, Gestão e Tecnologias Ambientais na USP (Universidade de São Paulo):
Quando eu cheguei para o meu chefe na época com uma editoria de sustentabilidade pronta, projetos escritos e tudo bonitinho, não havia interesse da TV aberta em divulgar essas questões. O conteúdo era voltado para as sacolinhas plásticas, coisinhas assim, não havia um mergulho no tema. Eu entendi que a TV aberta não seria o lugar em que eu poderia explorar tudo o que eu aprendi.
Além de ter uma passagem pela RedeTV!, Rosana chegou a apresentar um programa sobre meio ambiente no GNT, abrir um portal e escrever três livros sobre o assunto. Ela, posteriormente, se tornaria a apresentadora do CBN Sustentabilidade.
“Eu posso dizer que hoje, falando sobre ESG, esse sistema que busca as melhores práticas sociais e ambientais de governança para o setor privado e financeiro, me sinto muito realizada, mas na TV aberta não existe interesse", disse a profissional.
Rosana avaliou que o Brasil perde também economicamente diante da política ambiental de Bolsonaro, a qual considera desastrosa. "Não é apenas uma questão de imagem, de ser pária internacional, execrado pela comunidade internacional por essas posturas, é uma questão de mercado", frisou.
"Na medida em que se desmata, queima e se acaba com as florestas, você retira do Brasil a capacidade de gerar riqueza, emprego e renda com ela de pé. [A chance] de desenvolver uma bioeconomia privilegiando as comunidades. E a capacidade de captura e armazenamento de carbono, que é a grande solução para a emergência climática", listou.
Ela também fez ressalvas à postura errática do presidente em relação aos povos indígenas. "Você tira do país a capacidade de ser um laboratório, um celeiro, em que você vai buscar nesses povos um conhecimento ancestral, de medicamentos, de práticas que poderiam revolucionar o mundo. Esse governo não enxerga o verdadeiro tesouro que temos em recursos naturais", concluiu Rosana.
© 2024 Notícias da TV | Proibida a reprodução
Mais lidas
Política de comentários
Este espaço visa ampliar o debate sobre o assunto abordado na notícia, democrática e respeitosamente. Não são aceitos comentários anônimos nem que firam leis e princípios éticos e morais ou que promovam atividades ilícitas ou criminosas. Assim, comentários caluniosos, difamatórios, preconceituosos, ofensivos, agressivos, que usam palavras de baixo calão, incitam a violência, exprimam discurso de ódio ou contenham links são sumariamente deletados.