LUTO NA ARTE
REPRODUÇÃO/GLOBOPLAY
Rosa Magalhães em depoimento ao Intelecta, programa de 2019 do canal Futura, da rede Globo
Carnavalesca com mais títulos no Rio de Janeiro, Rosa Magalhães morreu na madrugada desta quinta (25), aos 77 anos. A informação foi divulgada pela Império Serrano, uma das escolas de samba da qual ela fez parte, na manhã desta sexta (26). De acordo com o RJTV, ela foi vítima de um infarto e foi encontrada em casa, em Copacabana.
Trinta anos atrás, porém, Rosa foi parte de um momento obscuro da carreira de Alexandra Richter e Mônica Martelli. As duas tiveram uma dupla sertaneja na década de 1990, mas a desfizeram após admitirem que eram um fiasco. Elas chegaram a ser vaiadas por uma multidão em um show em Macaé, no Rio de Janeiro.
As amigas se uniram sob o nome de Tex&Ana para juntarem dinheiro, uma vez que estavam sem trabalho. "Em momento algum nós duvidamos do nosso potencial. Ensaiamos musiquinha e coreografia, tínhamos um figurino bárbaro feito por ninguém menos que Rosa Magalhães. Bota, chapéu, short de veludo vermelho... Meu pai comprou cinto de cowboy pra gente! E eram cinco noites de shows", relatou Alexandra em entrevista ao jornal Extra, em 2010.
"Vale lembrar que fomos vaiadas por mais de 30 mil pessoas, e Ronaldo [Braga, marido dela], que na época era meu crush, foi até Macaé para ficar comigo e presenciou as vaias. História maravilhosa", riu a atriz de Família É Tudo em uma postagem datada de março do ano passado.
Apesar de o figurino não ter salvado as atrizes do fracasso na música, Rosa tem uma carreira externa no Carnaval. Só como carnavalesca, ela atuou na Estácio de Sá, Imperatriz Leopoldinense e Vila Isabel, além da já citada Império Serrano.
Ao todo, a "professora" do Carnaval carioca assinou 40 desfiles, sendo sete deles vitoriosos --o número mais alto já alcançado por uma profissional do gênero desde a criação do sambódramo Marquês de Sapucaí, em 1984. Cinco das vitórias foram pela Imperatriz Leopoldinense, nos anos de 1994, 1995, 1999, 2000 e 2001. O mais recente foi em 2013, pela Vila Isabel.
A artista plástica também fez o desenho de figurinos para a Portela e Beija-Flor no início da carreira no Carnaval. Ela começou como assistente na Salgueiro, em 1970.
No decorrer da carreira, Rosa chegou a exercer as funções de professora, figurinista e cenógrafa. Ela lecionou na Escola de Belas Artes da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e na Faculdade de Arquitetura Benett. Mas nunca deixou o Carnaval: o último desfile assinado por ela foi no ano passado, pela Paraíso da Tuiuti, que terminou em 8º lugar. O ano de 2024 foi o primeiro em que ela não participou do festejo.
A carnavalesca ainda foi a responsável pela cerimônia de encerramento da Olimpíada de 2016, no Rio de Janeiro, que homenageou a cultura popular brasileira com samba, forró e frevo. Também venceu um prêmio Emmy de figurino pelo trabalho na abertura dos Jogos Pan-Americanos do Rio de Janeiro, em 2007.
O velório será realizado no Palácio da Cidade, de meio-dia às 16h30. O sepultamento, no Cemitério São João Batista, será restrito a família e amigos mais próximos.
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