Menu
Pesquisar

Buscar

Facebook
Threads
BlueSky
Instagram
Youtube
TikTok

OPINIÃO

Regina Duarte foi apagada do Tributo a Maneco? Gabriela erra ao criticar ausência

Reprodução/Instagram

Gabriela Duarte abraça Regina Duarte; as duas estão em uma galeria de arte repleta de quadros expostos

Gabriela Duarte criticou o fato de a mãe, Regina Duarte, ter ficado de fora do Tributo a Manoel Carlos

LUCIANO GUARALDO

luciano@noticiasdatv.com

Publicado em 5/5/2024 - 17h33

A Globo exibiu na noite de sexta-feira (3) o Tributo a Manoel Carlos, especial em homenagem ao autor de novelas. Entre depoimentos de Tony Ramos, Carolina Dieckmann e Susana Vieira, Gabriela Duarte criticou a ausência da sua mãe, Regina Duarte, que viveu três Helenas de Maneco ao longo de sua carreira. "O Tributo é maravilhoso, mas...", escreveu a atriz.

Gabriela compartilhou nos Stories de seu Instagram trechos de uma crítica escrita pelo jornalista Jeff Benício, do portal Terra, em que ele questionava a decisão da emissora de não chamar Regina para o especial.

"A Globo parece agir com desprezo pela atriz que ajudou sua dramaturgia a se tornar imbatível no país e uma das melhores do planeta. Suscita ainda a impressão de hostilidade gerada entre extremos do espectro político. Esse apagamento (mal) disfarçado da artista provoca um ruído desnecessário que afeta a imagem da emissora", escreveu Benício no texto postado por Gabriela.

"O canal não era obrigado a convidá-la para gravar um depoimento inédito (também não chamou Vera Fischer, outra Helena espetacular), porém, tal atitude configura um desrespeito à atriz, à história que ela e a TV construíram juntos, ao autor celebrado e ao público das novelas", continuou o jornalista.

Curiosamente, Gabriela não escreveu que ela mesma participou do Tributo, falando sobre sua experiência na novela Por Amor (1997). A intérprete da mimada Maria Eduarda falou, inclusive, sobre a importância de Regina Duarte na obra de Maneco e sobre a relevância do autor na história da mãe.

"Entre Regina e Maneco, eu acho que existe uma história de amor mesmo, de confiança. Porque são três Helenas, né? E Helenas muito fortes e que marcaram muito o imaginário das pessoas", discursou a herdeira no especial.

A atriz também convenientemente se esqueceu de citar que um depoimento de Regina foi recuperado pela equipe do documentário --ou seja, ela não foi sumariamente excluída da homenagem nem apagada de sua história.

O próprio Manoel Carlos, vale ressaltar, não chegou a gravar para o Tributo --segundo a família do autor, ele sequer foi convidado pela produção. A Globo insiste que o novelista foi chamado, sim, mas não pôde participar.

Regina não foi a única Helena a ficar de fora do especial. A crítica compartilhada por Gabriela chega a citar Vera Fischer, que não deu as caras. A primeira, Lilian Lemmertz (1937-1986), de Baila Comigo (1981), obviamente não gravou para o Tributo, mas Maitê Proença também não apareceu para representar Felicidade (1991).

Das sete intérpretes da icônica personagem, apenas três deram entrevistas: Christiane Torloni (de Mulheres Apaixonadas, 2003), Taís Araujo (de Viver a Vida, 2009) e Julia Lemmertz (de Em Família, 2014). Ou seja: mais Helenas ficaram de fora do que participaram do especial. Regina, aliás, está melhor representada no Tributo (ainda que indiretamente) do que as outras estrelas.

A ausência das Helenas é compensada por atores que viveram outros papéis em suas obras. Maneco, afinal, era conhecido por construir personagens coadjuvantes tão bem quanto as próprias protagonistas --portanto, nada mais justo do que representar também os papéis que comiam pelas beiradas.

Entre os atores que gravaram depoimentos para o Tributo, estão Giulia Gam, Deborah Secco, Lilia Cabral, Mel Lisboa, Susana Vieira, Antonio Fagundes, Vera Holtz, Mateus Solano, Vivianne Pasmanter, Dan Stulbach, Regiane Alves, Nívea Maria e Alinne Moraes.

É claro que uma nova entrevista de Regina Duarte fez falta; mas, considerada a maneira com que a atriz deixou a Globo e as críticas que tem feito à emissora desde que abriu mão da própria carreira para virar defensora ferrenha de Jair Bolsonaro, haveria clima para ela gravar sua homenagem?

A ausência mais sentida do Tributo a Manoel Carlos não é a de Regina Duarte, mas a do próprio Maneco. Aos 91 anos e diagnosticado com Parkinson há seis, o autor merecia a oportunidade de contar sua história --como fizeram, brilhantemente, Laura Cardoso, Lima Duarte, Ary Fontoura e Zezé Motta.


Mais lidas


Comentários

Política de comentários

Este espaço visa ampliar o debate sobre o assunto abordado na notícia, democrática e respeitosamente. Não são aceitos comentários anônimos nem que firam leis e princípios éticos e morais ou que promovam atividades ilícitas ou criminosas. Assim, comentários caluniosos, difamatórios, preconceituosos, ofensivos, agressivos, que usam palavras de baixo calão, incitam a violência, exprimam discurso de ódio ou contenham links são sumariamente deletados.