ANAHY D'AMICO
Reprodução/Instagram
A psicóloga Anahy D'Amico, que ficou famosa ao dar conselhos no programa Casos de Família, do SBT
FERNANDA LOPES
Publicado em 15/6/2020 - 5h27
Anahy D'Amico participa do Casos de Família há 16 anos e sempre recebeu novos pacientes que conheceram seu trabalho pela TV. Mas ela nunca teve um volume de atendimento tão grande quanto agora, na quarentena, em que muitos brasileiros têm encarado desafios e tempos difíceis com a saúde mental. Ao mesmo tempo, a psicóloga se dedica a seu outro trabalho como taquígrafa e à função de influenciadora.
"Minha rotina de trabalho na quarentena está sendo muito puxada. Sou funcionária pública, também atendo no meu consultório e tenho meu canal no YouTube. Sempre tive que conciliar tudo isso, mas agora estou trabalhando muito em home office, gravando os vídeos do canal e atendendo online. O número de atendimentos cresceu absurdamente, aumentou 50%. Está difícil dar conta de tudo", confessa.
Além de psicóloga, Anahy trabalha há 28 anos como taquígrafa no Tribunal de Contas de São Paulo. Ela pretende se aposentar no fim do ano que vem. Enquanto isso, cumpre essa atividade em horário comercial e se divide entre os atendimentos, o YouTube e as gravações do Casos de Família (que estão suspensas atualmente) no tempo que sobra. As consultas com pacientes, por exemplo, têm sido feitas nos dias de semana, sempre à noite.
Desde 2004, ano em que foi convidada pela produção do programa do SBT para aconselhar os participantes em seus dramas e suas brigas, Anahy é reconhecida pelo público como símbolo de sensatez e serenidade na TV. Essa fama lhe ajudou a conquistar clientela e público nas redes sociais --em seu canal no YouTube, ela tem quase 800 mil inscritos.
"Realmente as pessoas me veem no programa e entram em contato de alguma maneira, ligam no SBT. Mas também não é só pela TV [que a conhecem], tenho um engajamento muito bom no Instagram e no YouTube. As pessoas querem fazer terapia, a procura realmente é muito grande", afirma.
A profissional relata, no entanto, que seu trabalho com pacientes particulares é diferente do programa, em que ela só dá conselhos pontuais aos participantes, por ter muito menos tempo de acompanhamento aos casos. Mas, segundo Anahy, o atendimento "express" no Casos de Família nem sempre termina ali.
"Acho que o programa tem uma missão social. A gente se esforça muito pra ajudar. As pessoas vêm falar com a gente depois, choram, pedem ajuda. A gente tenta arrumar clínicas, muitos não aceitam. Dói muitas vezes, mas a gente também se diverte, é muito enriquecedor. Dei muito mais valor pra minha profissão. A gente percebe muito claramente como as pessoas sofrem emocionalmente e que todo mundo precisa se tratar, cuidar da mente como cuida do corpo", ensina.
Anahy acredita que os temas do Casos de Família devem mudar após a pandemia, porque muitos brasileiros estarão em situação "um pouco pior, com um pouquinho menos de dinheiro". Mas ela também acredita que é possível que as pessoas mudem para melhor após este período e dá conselhos para quem quer enfrentar o isolamento social em casa e em paz.
"Não dá pra passar ileso por uma crise dessas. Temos que respeitar o isolamento pelo bem de todos. Essa pandemia está servindo como termômetro das relações familiares, entre casais. Se der, respire fundo, evite ficar nos confrontos, se isole dentro da casa. O essencial é respeito e educação. Aconselho calma, não adianta ficar se desesperando. Como toda crise, essa também vai passar. Talvez o mundo não seja mais o mesmo, mas tudo a gente supera", diz a psicóloga.
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