Maria Padilha
Divulgação/Fernando Young
A atriz Maria Padilha em ensaio fotográfico; longe da Globo desde 2015, ela quer voltar a fazer novelas
Longe das novelas desde A Regra do Jogo (2015), Maria Padilha é constantemente cobrada por seus fãs para voltar à TV. A atriz de 58 anos explica que nos últimos anos os convites para atuar na teledramaturgia ficaram mais raros, porque ela se afastou durante um tempo para tratar de questões familiares. Agora, Maria deixa claro que quer retornar à TV.
"Logo que acabei Mulheres Apaixonadas [2003], minha irmã ficou muito doente. Isso me abalou, e depois comecei a ter o processo de ter um filho, que eu ia adotar. Eu tinha medo de chegar o filho e eu estar numa novela, enlouquecida. Achava que era rapidinho, que era só fazer os papéis e logo chegaria o bebê. Então, muitos convites eu não pude aceitar, primeiro pela questão da minha irmã, depois do filho", lembra.
"Os convites começaram a rarear, acho que por causa da minha não presença [na TV]. Quando a gente não está presente, as pessoas não lembram. Mas vamos ver se isso muda. Adoro fazer televisão, acho muito importante para o Brasil a teledramaturgia. Gosto de fazer, gosto dos diretores, do elenco. Torço pra que as coisas mudem um pouco e eu volte", afirma.
Maria Padilha voltou a aparecer na TV recentemente, em uma reprise do canal Viva. Ela faz parte do elenco de O Cravo e a Rosa (2000), no ar na TV paga desde o último dia 25. A atriz teve destaque como a interesseira Dinorá e lembra com carinho desse trabalho.
"Foi maravilhoso, um momento de muita felicidade artística pra todo mundo. Os personagens todos eram bons, desenvolvidos, espirituosos. Nós [elenco e equipe] ficamos muito amigos. Durante um ano, depois que a novela acabou, nos encontrávamos toda primeira segunda-feira do mês pra jantarmos juntos. Foi uma novela realmente excepcional", diz.
Maria começou a carreira na Globo em 1980, em Água Viva, e atuou em 24 produções na emissora, entre novelas, séries e programas. Agora, ela acredita que sua chance de voltar à TV está próxima e que ainda há ótimos papéis que poderia interpretar.
"Tem muita personagem pra gente mais velha, sempre tem uma matriarca. Acho que é mais fácil para os homens envelhecerem na TV, mas os dramaturgos escrevem personagens maravilhosas para mulheres", opina. Neste ano, Maria fará uma participação em uma série do Canal Brasil, ainda sem detalhes e data de estreia.
Enquanto não volta às novelas, a atriz se dedica ao teatro. Ela é produtora e protagonista do monólogo Diários do Abismo, atualmente em cartaz em São Paulo. Maria interpreta um texto baseado na obra de Maura Lopes Cançado (1929-1993), escritora de contos e poemas que tinha surtos psicóticos e viveu alguns períodos de sua vida em hospícios.
A atriz acredita que é importante desmistificar questões relacionadas a mulheres transgressoras e à loucura, e falar sobre saúde mental na arte é um meio de humanizar o sofrimento.
"Qualquer mulher que faz alguma coisa um pouco transgressora ou fora dos padrões é [considerada] louca. As pessoas têm muito medo da mulher e do louco. Eu acho que a gente tem muito medo do que não conhece, e os loucos são maltratados até hoje. Todo mundo tem um pouco de louco em algum lugar, as pessoas só fazem o jogo social melhor. É interessante sair do teatro pensando nisso. Só a humanidade toda evitaria a loucura de cada um, é uma frase da personagem", conclui Maria.
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