LUTO
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O diretor de teatro Aderbal Freire Filho em entrevista ao programa Ciência e Letras em 2019
Aderbal Freire Filho, um dos principais nomes do teatro brasileiro, morreu na tarde desta quarta-feira (9) no Rio de Janeiro. O diretor, que era casado com a atriz Marieta Severo, enfrentava complicações de saúde decorrentes de um AVC hemorrágico sofrido em 2020.
O artista estava internado no Hospital Copa Star em Copacabana, na zona sul do Rio de Janeiro. Ele ficou conhecido pela ousadia e pelas montagens pouco tradicionais --defendendo o intercâmbio entre o teatro brasileiro e dos vizinhos sul-americanos.
Freire Filho chegou a se formar em Direito, mas acabou seguindo no teatro, com o qual teve contato pela primeira vez aos 13 anos. Ele foi também responsável pela revitalização do Teatro Glaucio Gill, na zona sul do Rio, que estava desativado até a instalação da sua companhia de teatro.
O artista é considerado um dos principais especialistas na obra de William Shakespeare no Brasil, com montagens de Macbeth e Hamlet.
Ele se casou com Marieta Severo em 2000, com quem também estabeleceu uma profícua relação profissional.
Aderbal, por exemplo, foi agraciado com o Prêmio Shell de Teatro como Melhor Diretor pela montagem de Incêndios em 2013 --a qual contava com a atriz em um dos papéis principais.
Freire Filho ainda coordenou a comissão responsável pela criação do Curso de Direção Teatral na UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro). A faculdade é ligada à Escola de Comunicação, que funciona no campus da Praia Vermelha.
Marieta e Aderval optaram por viver em casas separadas até o AVC do diretor de teatro em 2020. "Eu tinha construído o meu espaço, nunca tinha morado sozinha. Casei muito jovem [com o cantor Chico Buarque], tive uma filha com 21 anos. Foi algo muito natural para nós dois, não existia outra hipótese", lembrou ela em entrevista ao UOL.
Eles estavam na região serrana do Rio de Janeiro, isolados durante a pandemia de Covid-19, quando o artista sentiu os primeiros sintomas. "Vi que ele estava estranho. Foi uma grande sorte, porque chamei ajuda. Podia ter morrido", recordou.
"Aí você vê aquela pessoa, ativa intelectualmente, cheia de limitações, É a grande dor da minha vida todos os dias. Eu tenho um mini-hospital em casa, com fisioterapia e fonoterapia. Mas ele não tem mais autonomia. É muito cruel", lamentou.
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