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Júlia Horta, a Miss Brasil Be Emotion 2019, impressionou o dono do SBT ao participar do Programa Silvio Santos
ELBA KRISS
Publicado em 28/12/2019 - 5h09
Júlia Horta, a Miss Brasil Be Emotion 2019, já sabe o que vai fazer nos primeiros dias de 2020. Ela quer retomar as conversas com o SBT, que tentou contratá-la como nova âncora de telejornal neste ano. "Quando estive no Programa Silvio Santos surgiu o interesse de eu participar do Jornalismo. Não levamos a conversa para a frente porque eu tinha o Miss Universo. Mas quem sabe agora, né?", adianta ao Notícias da TV.
Livre dos compromissos do concurso mundial, que aconteceu em 8 de dezembro nos Estados Unidos, a modelo planeja contatar Silvio e sua equipe. "Deixamos para conversar depois. Penso em retomar contato, sim", diz. Formada em Jornalismo pela Universidade Federal de Juiz de Fora, ela deixou o dono da emissora impressionado a ponto de ele pedir a contratação da moça para o SBT Brasil.
Mineira, Júlia também é palestrante e apresentadora. Com isso, se diz preparada para comandar um programa de TV. "Fiz uma live no meu Instagram e falei que meu sonho era a GNT me contratar para o Saia Justa. Quero muito trabalhar na televisão. Sou uma pessoa aberta a novas oportunidades. Não tenho nada muito focado, mas se surgir uma oportunidade, com certeza, vou me jogar", avisa.
O desejo de estar na TV, porém, não inclui participar de um reality. Questionada se toparia fazer A Fazenda ou Big Brother Brasil, a mineira é categórica. "Não é meu perfil. Acho que não tenho paciência. Ficar muito tempo presa não é a minha cara. Nada contra, já vi alguns realities. Mas não sei se vale a pena", analisa.
Enquanto não inicia as negociações com o SBT, Júlia cuida de seus outros projetos. Ela ministra um curso de "como se tornar uma digital influencer" e também dá palestras sobre feminismo e sororidade.
Em seu discurso no Miss Universo 2019, realizado em dezembro em Atlanta, nos Estados Unidos, Júlia foi destaque ao falar sobre o direito das mulheres. "Como Miss Brasil e mulher, sinto que tenho o dever de lutar pelos direitos das mulheres, de gritar contra o assédio e as agressões e nunca me calar. Obrigada às feministas do passado. Graças a vocês, hoje eu tenho diversos direitos e prometo que continuarei lutando pelas nossas próximas gerações", disse ela, que ficou entre as 20 finalistas --a competição começou com 90 nomes.
A luta tem um motivo. Ela relata ter passado por situações "desconfortáveis de assédio" desde a infância. "A pior de todas foi quando eu tinha 12 anos. Eu estudava em um colégio do meu bairro e ia caminhando. Tinha um homem que sempre fingia arrumar a bicicleta. Quando a gente olhava, ele estava com o órgão [pênis] para fora. Eu chegava em casa e contava para meu pai, que descia a rua correndo. Mas o homem fugia de bicicleta. Passei anos da minha vida vendo esse cara em diferentes pontos da minha cidade. Foi um trauma gigantesco", lembra.
Aos 25 anos, ela descreve mais momentos de assédio como forma de alertar as mulheres. "Também passei por situações em ônibus, como um homem sentar ao meu lado e ficar se masturbando. Isso é muito mais comum do que a gente imagina. Isso ainda é pequeno perto do que muitas mulheres já passaram e sofreram. Acho que, como mulher em posição de visibilidade, é meu dever gritar pelos nosso direitos para que a gente não sofra esse tipo de violência", expõe.
Ficar entre as 20 finalistas do Miss Universo já foi uma conquista para Júlia, que não levou a coroa, mas lista o aprendizado que teve. "Sem dúvida, voltei uma pessoa diferente", diz.
Sobre o fato de ter sido eliminada e não ficar entre as dez finalistas, a brasileira é sincera. "Não vou ser hipócrita de falar que não esperava mais porque trabalhei para levar a coroa", declara.
"Fui preparada emocionalmente para o concurso. Confesso que não imaginava que iria reagir tão bem. Quando aconteceu a eliminação, pensei: 'não era para ser'. Saí de cabeça erguida, não chorei, nem questionei", narra.
Júlia perdeu o título para Zozibini Tunzi, a Miss África do Sul. A coroação foi aplaudida mundo afora pela representatividade. "Realmente, ela é mulher que se faz ser notada", analisa.
A coroação histórica --Zozibini é a quinta mulher negra a ser coroada Miss Universo -- ganhou a aprovação da mineira. "A Miss Estados Unidos, a Miss América e a Miss Teen são negras. Já passou da hora disso acontecer", aplaude.
Confira como foi a participação de Júlia Horta no Programa Silvio Santos:
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