EM AMOR À VIDA
REPRODUÇÃO/TV GLOBO
Marina Ruy Barbosa na cena em que desistiu de cortar o cabelo da personagem Nicole de Amor à Vida (2013)
REDAÇÃO
Publicado em 20/8/2020 - 12h45
Marina Ruy Barbosa quebrou o silêncio e falou pela primeira vez sobre o polêmico corte de cabelo que se recusou a fazer na novela Amor à Vida (2013). Na trama, ela interpretou Nicole, uma jovem que sofria de câncer. Com a decisão da atriz, o autor Walcyr Carrasco decidiu "matar" a personagem antes que a doença se agravasse. "Não fui leviana", declarou a artista nesta quinta-feira (20) no Twitter.
O desabafo da ruiva aconteceu depois que o autor confessou que matou a personagem por conta da recusa da intérprete em raspar os fios.
"Quando ela aceitou o papel, ela tinha combinado que cortaria o cabelo. Tinha combinado verbalmente que cortaria quando aceitou o papel. Ela foi fazer o papel e a história [do corte] foi chegando. Ela não avisou com tanta antecedência que não ia cortar", contou o escritor em uma live no Instagram da revista Caras.
"Se ela tivesse, a certa altura, avisado com muita antecedência, eu teria sabido orientar a história para outro lugar", completou. Walcyr contou que, quando foi notificado que Marina não ficaria careca, ele já havia escrito 30 capítulos com esse enredo.
A atriz rebateu as declarações do novelista e disse que sua postura não foi leviana. Ela alegou que, no momento de assinar o contrato, não foi avisada que precisaria passar pela transformação.
"Aproveitando a fala do Walcyr, 'desisti', pois o que tinha sido combinado e dito para mim sobre a história, sobre a personagem, não foi feito. Não foi uma decisão irresponsável, muito menos leviana. Após uma longa conversa com a direção da emissora da época, chegamos juntos a essa conclusão, de que não fazia sentido pela forma como tudo estava sendo tratado", escreveu.
Ela ainda disse que se cortasse o cabelo para viver o drama de Nicole, a trama poderia atingir os limites do sensacionalismo.
"Do lado de cá, com as informações que eu tinha, de uma coisa estava certa: como atriz, não queria só o sensacionalismo. E como menina/mulher aos 17 anos, só valeria à pena se fosse para tratar da doença com muito respeito e atenção, e fazer uma ação social sobre câncer linfático", completou.
Marina afirmou também que, na época, não conversou com Carrasco sobre a possibilidade de não precisar se desfazer das madeixas ruivas para o papel.
"Uma pena que na época não tive 'acesso' e não pude falar diretamente com o autor. Nunca nos falamos, nem no momento em que fui chamada para novela, durante o trabalho ou depois de tudo. Uma pena não ter tido a chance de conversar e entender o que se passava na cabeça do Walcyr", frisou.
A personagem, que morreu na trama durante seu casamento, continuou fazendo parte da história como um "fantasma" da mansão onde morava. Certa de que tomou a melhor decisão para aquele momento de sua carreira, Marina fez um balanço sobre como tudo se resolveu.
"Admiro a minha coragem de questionar, de me arriscar e enfrentar tudo que aconteceu depois, mesmo há oito anos. Acho que muita coisa mudou de lá para cá, e hoje ninguém é mais inacessível e essas hierarquias são tratadas de uma forma bem mais saudável nos ambientes de trabalho. No entanto, possuo total respeito e admiração pelo trabalho do Walcyr, um autor que considero muito talentoso", finalizou.
Confira abaixo a sequência de tuítes:
Depois de oito anos, ainda esse assunto.
— MARINA RUY BARBOSA (@mariruybarbosa) August 20, 2020
Nunca falei sobre isso e sei que o que não faltam são histórias bem distantes da verdade.
Aproveitando a fala do Walcyr, “desisti” pois o que tinha sido combinado e dito pra mim sobre a história, sobre a personagem, não foi feito.
Uma pena que na época não tive “acesso” e não pude falar diretamente com o autor. Nunca nos falamos, nem no momento em que fui chamada pra novela, durante o trabalho ou depois de tudo.
— MARINA RUY BARBOSA (@mariruybarbosa) August 20, 2020
Uma pena não ter tido a chance de conversar e entender o que se passava na cabeça do Walcyr.
Do lado de cá, com as informações que eu tinha, de uma coisa estava certa: como atriz, não queria só o sensacionalismo. E como menina/mulher aos 17 anos, só valeria à pena se fosse pra tratar da doença com muito respeito e atenção, e fazer uma ação social sobre câncer linfático.
— MARINA RUY BARBOSA (@mariruybarbosa) August 20, 2020
Não foi uma decisão irresponsável, muito menos leviana. Após uma longa conversa com a direção da emissora da época, chegamos juntos a essa conclusão, de que não fazia sentido pela forma como tudo estava sendo tratado.
— MARINA RUY BARBOSA (@mariruybarbosa) August 20, 2020
Admiro a minha coragem de questionar, de me arriscar e enfrentar tudo que aconteceu depois, mesmo há oito anos.
— MARINA RUY BARBOSA (@mariruybarbosa) August 20, 2020
Acho que muita coisa mudou de lá pra cá, e hoje ninguém é mais inacessível e essas hierarquias são tratadas de uma forma bem mais saudável nos ambientes de trabalho.
No entanto, possuo total respeito e admiração pelo trabalho do Walcyr, um autor que considero muito talentoso.
— MARINA RUY BARBOSA (@mariruybarbosa) August 20, 2020
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