Em História de Amor
Reprodução/Viva
A atriz Lilia Cabral deu depoimento sobre sua trajetória na teledramaturgia a série do canal Viva
REDAÇÃO
Publicado em 2/7/2019 - 5h17
Lilia Cabral considera que teve uma virada em sua carreira em 1995. Depois de fazer várias personagens coadjuvantes e leves em novelas, ela interpretou Sheila, antagonista dissimulada de História de Amor. A atriz de 61 anos afirma que construir a personagem foi fácil, porque ela se inspirou em várias amigas falsas que já teve na vida.
"História de Amor foi uma novela que me deu uma grande chance de sair de personagens confortáveis, divertidas, pra mostrar uma personagem com atração fatal. Ela tinha vontade de matar a personagem da Regina Duarte, mas fazia o oposto, era completamente dissimulada. Se fazia de amiga, toda fofa, e por trás ela ia armando. É aquilo que muitas 'fofas' na vida real fazem", diz Lilia em depoimento à série documental As Vilãs que Amamos, do canal Viva.
"Eu também fui personagem da vida real de várias pessoas fofinhas, que na frente faziam uma coisa e por trás faziam outra. Então não foi difícil fazer essa personagem, eu conhecia bem [esse tipo]. Botei todos os cachorros pra fora, aquela perversidade era muito grande", completa.
Sheila Bueno, a falsiane de História de Amor, havia tido um relacionamento com Carlos (José Mayer) e ainda era apaixonada por ele, mesmo após o médico começar a namorar Helena (Regina Duarte). Mas, em vez de se rebelar, Sheila tratava Helena como amiga e tentava envenená-la contra Carlos e acabar com o romance deles só na base da fofoca e das armações.
Onze anos depois, Lilia teve grande destaque novamente como vilã de outra novela de Manoel Carlos: Páginas da Vida (2006). Ela interpretou Marta, mãe de Nanda (Fernanda Vasconcellos), que se recusava a criar a neta com Síndrome de Down após a morte de sua filha.
Lilia afirma que esse foi um dos grandes trabalhos de sua carreira, mas confessa que há um papel que ela sempre quis, mas nunca teve chance de fazer.
"Eu tinha vontade de fazer a Helena. Porque eu pensava numa Helena politicamente incorreta. Mesmo que ele [o autor] fosse numa direção, eu daria um jeito de desvirtuar aquela Helena. Porque todas as Helenas funcionaram muito bem dentro daquele caminho de ser a mocinha, a mulher em que todos se espelham. E eu queria ser a mulher em que todos se espelham, mas que alguém fica com [pé atrás]...", diz.
O autor Manoel Carlos também dá depoimento à série e explica por que nunca chamou Lilia para ser uma de suas Helenas.
"As pessoas me cobram isso. Eu digo que é porque eu nunca encontrei ninguém que fizesse tão bem a antagonista da Helena. Ela [Lilia] faz muito bem, é uma atriz que sabe dar uma resposta ao papel, a personagem anda com ela, melhora, fica mais forte. Quando faço uma sinopse, eu penso: 'Muito bem, qual é o papel, além da Helena, que é o mais difícil da novela?'. Esse eu dou pra Lilia", conta.
O papel mais recente de Lilia na TV também foi de vilã: ela viveu a ambiciosa e inescrupulosa Valentina em O Sétimo Guardião (2018). "Quando eu podia imaginar que aos 60 anos eu estaria dando conta dessa dramaturgia, com essa responsabilidade?", se emociona a atriz no depoimento.
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