Leticia Sabatella completa 50 anos e se autoavalia: 'Faria muita coisa diferente'

Leticia Sabatella completa 50 anos de idade nesta segunda-feira (8) e aproveita a data para se autoavaliar. "Na minha vida, faria muita coisa diferente. Principalmente diferente das expectativas do patriarcado", declarou a atriz, que estará no ar em breve na novela Nos Tempos do Imperador, da Globo.

Em entrevista ao jornal O Globo, Leticia falou refletiu sobre sua jornada até aqui. "Feliz com o que me tornei. Uma pessoa viva, consciente, uma atriz que tem palco para atuar, integrante de uma classe com a qual me identifico ainda mais diante do ativismo e do cuidado exemplar com as pessoas durante a pandemia [da Covid-19]", avaliou a artista. 

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"Me sinto parte de um caldo cultural forte e necessário para a saúde da nossa sociedade. Artista. Sinto muita saudade também. Isso é o mais difícil", explicou. 

Questionada se o envelhecimento assusta, a funcionária da Globo filosofou. "Tudo misturado com essa sensação de fim do mundo. Nestas circunstâncias, não sei se o envelhecer é algo para se lamentar, mas a degradação em volta, meio ambiente, sociedade, sim, é dura de aguentar. Minha preocupação com o futuro transcende o meu envelhecimento. Como será esse futuro?", questionou. 

Como boa parte da sociedade, Sabatella sofreu com sua ansiedade nos momentos de isolamento social devido à pandemia, mas procura lidar da melhor forma. 

"Tive algumas crises de ansiedade e ainda estou lutando para não cair novamente. Estou fazendo terapia e exercícios, buscando uma rotina saudável. Mas agora, podendo trabalhar em segurança, seguindo seriamente o protocolo, consigo ter mais escapes desta preocupação constante com a pandemia e o nosso país", afirmou. 

Em Nos Tempos do Imperador, Leticia interpretará Teresa Cristina e está animada com o papel de imperatriz. "Uma surpresa descobrir a força do seu caráter, sua posição explicitamente abolicionista, a cultura grande. Ela falava línguas, aprendeu o dialeto popular para se aproximar do povo", contou.

"Compassiva, alforriava em praça pública para servir de exemplo. Sempre próxima ao povo e devotada à missão de fortalecer o Brasil, com amor pelo país que lhe deu a alcunha amorosa de 'mãe dos brasileiros' e por sua família. Era diplomática, amava o marido e suas filhas. Morreu de tristeza e saudade, depois que sofreram o golpe e foram deportados", adiantou. 

"Sua importância sofreu represálias dos formadores de opinião do novo regime. Estudar sobre esse período histórico, nos explica sobre o Brasil atual. A condição dos indígenas, dos negros, o coronelismo, a opressão das mulheres, os ideais que fomentavam o futuro da Nação", finalizou a atriz. 

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