SAÚDE MENTAL
DIVULGAÇÃO
Karol Conká passou seis meses sem sair de casa após sofrer cancelamento por causa do BBB
Publicado em 4/8/2022 - 18h57
Karol Conká abriu o jogo sobre a rejeição sofrida após o BBB 21 e explicou que o sofrimento gerado com o reality foi tão violento quanto uma depressão pós-parto --que ela também já sofreu. Em uma entrevista, a cantora lembrou que chegou a procurar ajuda profissional e teve acompanhamento de psiquiatras para se recuperar. "Exercício diário", afirmou.
"Eu tinha perdido a vontade de viver ou de ser, a vontade de qualquer coisa. E a última vez que eu tinha sentido isso foi na minha depressão pós-parto. Mas essa foi uma luta para eu não cair numa depressão. Então era um exercício diário, constante, de hora em hora", explicou na conversa com Thais Roque, no podcast De Carona na Carreira.
Karol é mãe de Jorge, e reforça que não quer outro filho. Ela explicou que foi diagnosticada com TOC (Transtorno Obsessivo Compulso), o que foi agravado após deixar o programa.
Era eu compulsivamente pensando coisas negativas, me maltratando. 'Eu fiz isso, eu fiz isso, eu fiz isso'. E eu compulsivamente via as imagens e chorava horrores e me maltratava, de ficar sem comer, de ficar sem fazer nada. Eu ficava vendo.
A claustrofobia também apareceu naquela época, e a cantora lembrou de ter ficado, mesmo assim, cinco ou seis meses em casa, sem sair. "Eu entrava nas redes, e era meme, meme e meme. E eu falava: 'Gente, não dá para eu ir para lugar nenhum'. E aí o pessoal, amigos meus em Nova York, me escrevendo: 'O que você fez? Você virou assunto mundial. Meu Deus. Vem para cá'. Eu tinha a sensação de que eu não podia ir para lugar nenhum do mundo", explicou.
"E eu não fui para lugar nenhum", concluiu. A ex-BBB explicou que, no fim das contas, mesmo que tenha aceitado o convite para o reality para conseguir sair de casa --na época, a pandemia ainda obrigava muita gente a permanecer em quarentena--, acabou trocando o confinamento por outro confinamento. Para completar, ao ser eliminada, permaneceu em mais um confinamento.
Karol disse que um dos exercícios que fazia consigo mesma era criar analogias. Uma delas envolvia projetar si mesma com a perna quebrada no meio do deserto. "Não dá para caminhar com a perna quebrada", explicou. Assim, ela tinha que esperar se curar para voltar a andar. "Não vou conseguir se eu não recuperar minha cabeça", resumiu.
Ainda assim, o processo rendeu várias lágrimas e demorou. "Eu chorava, porque eu falava 'fiquei famosa por ser algo de ruim, isso não é legal. Eu não sou só isso'", contou.
Apesar do sofrimento, Karol reforça que não se arrepende de ter entrado no programa. Se não fosse o BBB, a cantora afirma que não teria aprendido a lidar com a própria raiva.
Eu tenho meu lado explosiva --ultimamente não tão mais, também depois dessa experiência. Aprendi a lidar com ela [a raiva], de reagir sem ser tão agressiva. Porque a forma que eu aprendi era desse jeito, de 'se eu falar mais alto, vão ouvir'.
A artista levou muito da experiência para o fato de ser uma mulher preta. De acordo com Karol, ela passou a vida em modo combativo para conseguir ser vista, notada e ouvida. E os erros, lembrou, não anulam novas chances. "Mereço uma segunda chance, e não só uma segunda chance, quantas chances mais eu [também] mereço", reforçou.
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