R$ 44 MIL
REPRODUÇÃO/YOUTUBE
O humorista Leo Lins em show de stand-up; ele também responde por agressão verbal em processo
O Tribunal de Justiça de São Paulo determinou que Leo Lins pague R$ 44 mil de indenização por danos morais à mãe de um menino autista. Ele também responde por agressão verbal por ter respondido de forma ofensiva à autora da ação nas redes sociais e, caso seja condenado, pode cumprir de um a três anos de prisão.
O processo foi movido por Adriana Cristina da Costa Gonzaga, que enviou uma mensagem ao comediante após ver um vídeo dele com a então namorada Aline Mineiro. "Como em todas as festas, ele não fala nada, é um pouco autista", disse a modelo, que foi veementemente criticada em diversas páginas da comunidade autista.
Adriana, cujo filho tinha dois anos na época, aconselhou Lins a pedir para que a parceira se retratasse uma vez que autismo não deveria ser utilizado como adjetivo. Ele respondeu que teria a aconselhado "mandar vocês enfiarem uma rola gigantesca no cu. Um pau bem veiudo, mais vascularizado que seu cérebro (...)".
O ator reconheceu a autoria da mensagem, mas defendeu que o conteúdo foi direcionado apenas a uma pessoa e não à comunidade autista. A juíza Marcela Filus Coelho, porém, afirmou que não se trata de um caso isolado na vida do humorista.
"No caso, o réu ofendeu a autora e demonstrou desprezo por uma parte da sociedade, revelando [sem nenhuma justificativa] ser contra quem enfrenta algum tipo de enfermidade. Mais do que isso: com o seu comportamento, instiga outras pessoas a agirem da mesma maneira", diz trecho do documento obtido pelo jornal O Globo.
"Uma rápida uma busca na internet revela que ele é dado a agir contra quem é portador de enfermidades ou dificuldades", acrescenta a sentença da juíza da 1ª Vara do Juizado Especial Cível.
Em junho, Lins foi demitido do SBT após uma fala sobre o Teleton e uma criança com hidrocefalia. Em um show de stand-up, ele disse que assistiu a um vídeo de um menino no interior do Ceará com a condição, insinuando que a família a usaria para obter acesso a recursos hídricos.
A AACD (Associação de Assistência à Criança com Deficiência), responsável pela maratona televisiva, emitiu uma nota de repúdio. "Esse tipo de 'piada' 'e de extremo mau gosto, capacitista e incabível na sociedade em que vivemos hoje, pois vai na contramão de um mundo mais inclusivo pelo qual lutamos todos os dias", diz o texto.
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