LUTO
REPRODUÇÃO/TV GLOBO
Arnaldo Jabor no Jornal da Globo em outubro de 2021; jornalista morreu após 2 meses internado
Arnaldo Jabor morreu aos 81 anos na madrugada desta terça-feira (15). O cineasta sofreu um acidente vascular cerebral e estava internado desde 17 de dezembro no Hospital Sírio-Libanês, em São Paulo. De acordo com a família, as complicações do AVC foram a causa do óbito. Jabor será velado em São Paulo, em cerimônia reservada para familiares e amigos, e no Rio de Janeiro, com abertura ao público na quarta (16), no Museu de Arte Moderna (MAM). Depois, seu corpo será cremado.
O comentarista do Jornal da Globo chegou a ser submetido a uma cirurgia para desobstrução de coágulo. Arnaldo Jabor deixa os filhos Carolina, Juliana e João Pedro e os quatro netos João, Joaquim, Antonia e Alice.
O carioca descendente de judeus libaneses começou a carreira em 1962, no Jornal O Metropolitano. Ao longo das décadas de 1960, 1970 e 1980 dedicou-se ao cinema.
O roteirista dirigiu sete filmes, dois curtas e dois documentários. Também era cronista e se dedicou à literatura, com a publicação de oito livros --Amor É Prosa, Sexo É Poesia e Pornopolítica se tornaram best-sellers. Foi ainda técnico sonoro, assistente de direção e crítico de cinema.
Arnaldo Jabor trabalhava como colunista na Globo desde 1991 --passou por Jornal Nacional, Bom Dia Brasil, Jornal Hoje e Fantástico. Também trabalhou na rádio na CBN. No Jornal da Globo, abordava temas como cinema, artes, sexualidade, política nacional e internacional, economia, amor, filosofia e preconceito.
Durante a pandemia, o jornalista gravou as colunas para a emissora de casa. Após o avanço da vacinação contra a Covid-19, ele tinha retornado à Redação da Globo, em São Paulo. O último comentário foi em 18 de novembro, quando abordou as suspeitas de interferência política no Enem.
O jornalista se formou pelo curso de Cinema do Itamaraty-Unesco em 1964. Iniciou a trajetória no Cinema Novo e participou da segunda fase do movimento, conhecido por retratar questões políticas e sociais do Brasil e inspirado na nouvelle vague francesa e no neorrealismo italiano.
Chegou a inaugurar a linha do "cinema verdade", formato de documentário brasileiro moderno. O primeiro longa metragem da carreira dele foi Opinião Pública (1967).
Jabor ganhou muito destaque ao dirigir o filme Eu Sei Que Vou Te Amar (1986), indicado à Palma de Ouro de melhor filme do Festival de Cannes. O cineasta também foi indicado na premiação com o longa Pindorama (1970), obra que rendeu o prêmio de melhor atriz à Fernanda Torres.
Com o drama Toda Nudez Será Castigada (1973), o cineasta conquistou o Urso de Prata no Festival de Berlim. A adaptação da peça homônima de Nelson Rodrigues (1912-1980) também foi o primeiro filme dirigido por Jabor a vencer o Festival de Cinema de Gramado, no Rio Grande do Sul.
Inicia a chamada Trilogia do Apartamento com Tudo Bem (1978), que venceu o prêmio de melhor filme no Festival de Brasília. O longa também foi selecionado para ser exibido no Festival de Berlim e na Quinzena dos Realizadores do Festival de Cannes.
O roteirista ainda dirigiu O Circo (1965), O Casamento (1975), Eu Te Amo (1981), Carnaval (1990) e A Suprema Felicidade (2010).
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