REVOLTA
REPRODUÇÃO/INSTAGRAM
Paulo Gustavo ao lado da irmã, Ju Amaral; ela postou recado raivoso para o presidente Jair Bolsonaro
Juliana Amaral, irmã de Paulo Gustavo (1978-2021), publicou em seu perfil no Instagram um recado contundente a Jair Bolsonaro. Ela disse que ficou sabendo que o presidente fez um post em que prestava condolências pela morte do humorista e deu uma resposta raivosa. Juliana acusou Bolsonaro de carregar nas costas quase 500 mil mortes de brasileiros por Covid-19, incluindo seu irmão.
A produtora fez uma tatuagem em homenagem a Paulo Gustavo, com uma frase dita por ele: "Rir é um ato de resistência". Ela postou uma foto da tatuagem no braço e escreveu a mensagem ao presidente na legenda da imagem.
"Sr. presidente, me disseram algo sobre o senhor ter postado condolências à minha família. Só agora tive forças de vir responder como o senhor merece, e o mínimo que eu posso lhe dizer é que, por coerência, nunca mais ponha na sua boca o nome do meu irmão", mandou Juliana.
"Essa boca que disse não à vacina e condenou tantos à morte, essa mesma boca que debochou imitando pessoas com falta de ar, pessoas que viveram o horror que meu irmão viveu, não pode ser usada para pronunciar o nome dele nem lamentar a morte de todos os vitimados pela Covid", continuou. Durante a CPI da Covid, foi revelado que o governo federal rejeitou milhões de doses de vacinas, que poderiam ter salvado muitas vidas na pandemia.
"Também espero que o senhor não despeje sobre minha família os seus mais sinceros sentimentos, pois eu não os aceito. Não sei que sentimentos tem um homem que deixa um país inteiro entregue à morte. Guarde pra você seus sentimentos e não nos obrigue a lidar com eles. Seus votos de pesar também peço que deposite em sua própria consciência, pois é sobre o seu governo que pesa a pior gestão desta pandemia mundial", Juliana complementou, e concluiu:
Espero que o senhor saiba que meu irmão e você não tinham nada em comum. Vocês trafegam em vias opostas. Enquanto ele ia na estrada da vida, do afeto, da generosidade e empatia, o senhor vem pelas trevas, trazendo escuridão e morte. O Brasil que o senhor comanda carrega nas costas [tem] quase 500 mil filhos mortos, e dentre eles o meu irmão.
Paulo Gustavo morreu em 4 de maio, por complicações de Covid-19, após passar 53 dias internado em tratamento contra a doença. Ele foi homenageado por artistas nas manifestações ocorridas no sábado (29) no país inteiro, que pediam a saída de Bolsonaro da Presidência.
Confira o post de Juliana Amaral:
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