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GUERRA JUDICIAL

Filho de Cid Moreira denuncia pai por homofobia e pede prisão do jornalista

REPRODUÇÃO/RECORD

Imagem de Roger e Cid Moreira em foto de arquivo

Roger e Cid Moreira; filho pediu prisão do pai por suposta prática de crime de homofobia

ERICK MATHEUS NERY e LI LACERDA

erickmatheusnery.jor@gmail.com

Publicado em 14/4/2022 - 18h00

Em um novo capítulo da guerra judicial entre Cid Moreira e os filhos, Roger Moreira denunciou o pai por suposta prática de homofobia e de infrações ao ECA (Estatuto da Criança e do Adolescente). Nesta quinta-feira (14), o herdeiro formalizou o pedido de apuração destas denúncias no Ministério Público do Rio de Janeiro.

Segundo os autos obtidos pelo Notícias da TV, quando Cid se casou com Maria de Fátima Sampaio, o jornalista teria tentado desfazer a adoção de Roger sob o argumento do filho ser gay. Como não é possível encerrar o vínculo familiar, Cid teria tirado "tudo o que tinha dado para o filho sobreviver: o estúdio de gravações, a moradia", relata Angelo Carbone, advogado de Roger, no pedido de apuração.

"[Cid Moreira] Passou, junto com a mulher, a Maria, a delapidar o patrimônio, transferi-lo para a própria e terceiros do bando, por não ter conseguido deserdá-lo", prossegue Carbone.

Além disso, o advogado diz que Cid proibiu o filho de estudar durante a adolescência: "O mesmo [Cid] não promoveu, na época, certas obrigações previstas pelo ECA. Impediu o filho de estudar, sem contar que manteve o menor consigo, levando-o a todos os locais que frequentava, inclusive clubes à noite, restaurantes. Também obrigava o filho a acompanhá-lo nos jogos de tênis e outros, nas gravações, nos programas".

"Cid Moreira não adotou um filho. Na verdade, ele pegou um jovem para trabalhar para ele de graça, situação essa muito usada no interior do Nordeste, pegam crianças como se fossem filhos, mas são meros empregados, ao arrepio da lei", complementa.

No pedido de investigação, Carbone afirma que Cid e Maria ainda praticam estes crimes e que, caso sejam comprovados, vai pedir a prisão do casal. Na análise do jurista, estas denúncias totalizariam uma pena superior a 12 anos de reclusão. No entanto, devido à idade do jornalista [94 anos], o advogado pondera que a pena do veterano pode ser convertida em uma internação hospitalar. 

"O querelado [Cid] é pessoa conhecida, muitos elementos inescrupulosos seguirão seus passos e passarão a negar vigência ao ECA, na adoção de crianças. Passarão a ter escravos travestidos de filhos adotivos, e isso não pode continuar. A segunda querelada [Maria], afoita nos bens do idoso, senil, pratica os mesmos crimes, inclusive os homofóbicos, e deve ser penalizada conjuntamente com o rigor da lei", argumenta Carbone.

Procurada pela reportagem, a assessoria de Cid Moreira afirmou que não se manifestará sobre as novas denúncias.

Entenda o caso

O conflito familiar ganhou projeção midiática em julho de 2021, quando Roger Moreira acusou o pai de ter retirado o nome do descendente do testamento. Na época, Fátima rebateu o caso e comentou as divergências com o enteado. Pela lei brasileira, não é possível deserdar um filho.

Porém, ao longo das semanas seguintes, a novela ganhou novos capítulos, com direito a reportagens em programas como Domingo Espetacular, da Record, e o Fofocalizando, do SBT. Roger e Rodrigo Moreira, filhos do veterano, pediram à Justiça a interdição do pai e a prisão da madrasta.


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