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Felipe Prior em foto publicada nas redes sociais; ex-BBB ainda pode ser indiciado por crime sexual
REDAÇÃO
Publicado em 6/8/2020 - 10h17
Apesar de não ter sido indiciado pela 1ª Delegacia de Defesa da Mulher de São Paulo pelas denúncias de estupro e tentativa de estupro, Felipe Prior ainda pode ser indiciado pelo Ministério Público. Segundo as advogadas das supostas vítimas, a primeira conclusão do inquérito não é determinante para dar continuidade ou não ao processo na Justiça. As defensoras ainda caracterizaram como injusta a decisão divulgada na quarta (5).
"Como cabe ao Ministério Público decidir sobre a continuidade da apuração dos fatos, a opinião da Delegacia não é determinante para a continuidade do processo. Esperamos que a injustiça deste relatório seja invertida nas próximas etapas", declararam as advogadas Maiara Machado e Juliana de Almeida em nota enviada ao Notícias da TV.
Em 3 de abril, em uma reportagem exclusiva da revista Marie Claire, três mulheres acusaram o ex-BBB de estupro e tentativa de estupro durante a realização do Interfau, jogos universitários do curso de Arquitetura e Urbanismo. Os casos teriam ocorrido em 2014, 2016 e 2018, respectivamente.
Na última terça-feira (4), a DDM concluiu o inquérito das acusações de crime sexual sem indiciamento ao arquiteto. "Sempre acreditamos na inocência dele. É uma boa notícia", apontou Carolina Pugliese, advogada de Prior, que comemorou o resultado inicial.
Para as defensoras das supostas vítimas, no entanto, a decisão ainda não inocenta o ex-BBB das acusações. "Somente uma crença infundada em teorias da conspiração explica o relato de quatro mulheres, confirmado por testemunhas, documentos e laudo pericial, ser desconsiderado apenas porque o agressor negou a prática dos crimes", declararam.
Maiara e Juliana ainda repudiaram a conclusão da Delegacia de Defesa da Mulher e afirmaram que tal atitude pode desencorajar mulheres vítimas de violência a denunciarem o que sofrem. "Nenhuma mulher se beneficia de denunciar um estupro", afirmaram as defensoras.
Leia abaixo a nota na íntegra:
"A defesa das vítimas repudia as conclusões da polícia formuladas no relatório final, por entendermos que elas não refletem o conjunto de provas que confirma os relatos das mulheres. Nenhuma das testemunhas de defesa foi capaz de refutar diretamente esses relatos.
Somente uma crença infundada em teorias da conspiração explica o relato de quatro mulheres, confirmado por testemunhas, documentos e laudo pericial, ser desconsiderado apenas porque o agressor negou a prática dos crimes. Nenhuma mulher se beneficia de denunciar um estupro.
Como cabe ao Ministério Público decidir sobre a continuidade da apuração dos fatos, a opinião da delegacia não é determinante para a continuidade do processo. Esperamos que a injustiça deste relatório seja invertida nas próximas etapas.
Esperamos ainda que essa posição lamentável da polícia não leve as milhares de mulheres que sofrem violência todos os dias a ter medo de denunciar o que sofreram."
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